Giles Yeo, geneticista, lista ações para lidar com condições crônicas e problemas metabólicos; redefinir o termo “aceitação dos corpos gordos”.
Em 2013, a Associação Médica Americana tomou a decisão de classificar a obesidade como uma doença, representando um marco importante na luta contra esse problema de saúde pública. Desde então, a conscientização sobre os riscos associados ao excesso de peso tem aumentado significativamente, impulsionando a busca por soluções e tratamentos eficazes.
A obesidade é frequentemente acompanhada de sobrepeso e de uma série de complicações de saúde, tornando essencial adotar medidas para combater o ganho de quilos extras. Além disso, a importância de uma alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos não pode ser subestimada, pois são fatores-chave na prevenção e no controle dessa condição crônica.
Compreendendo a Obesidade como uma Condição Crônica
Mas, aos poucos, o cenário está mudando, passando da suposição de que a obesidade é culpa daqueles que a têm (eles são preguiçosos e não têm força de vontade), para ser uma condição crônica que coloca a saúde em risco e pode exigir um acompanhamento médico em longo prazo. Ainda assim, muitas pessoas, incluindo aquelas no movimento de aceitação dos corpos gordos, não acreditam que deve houver uma patologização.
Leia mais Combate à obesidade vai além da luta para mudar estilo de vida, dizem cientistas Estudo mostra que dieta saudável pode desacelerar o envelhecimento; entenda Dieta baseada no DNA pode reduzir risco de diabetes tipo 2, sugere estudo Neste momento, as estatísticas já são familiares: cerca de 42% dos adultos norte-americanos são obesos, de acordo com os últimos números dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, e outros 31% estão com sobrepeso.
As condições de saúde ligadas à obesidade – pressão alta, diabetes tipo 2, colesterol alto, doenças cardíacas e derrame, para citar algumas – são bem documentadas. Mas o que exatamente torna a obesidade uma doença? ‘Uma das coisas importantes que aprendemos é que a obesidade é uma condição cerebral, por falta de um termo melhor,’ disse Giles Yeo, geneticista de renome mundial da Universidade de Cambridge e pioneiro no campo da pesquisa sobre obesidade, a Sanjay Gupta, correspondente Médico Chefe da CNN, no podcast ‘Chasing Life’. ‘Está agora claro – transparente, evidente – que [a obesidade] é um problema cerebral: é nosso cérebro influenciando a fome’, disse Yeo.
‘Então, mesmo que a sensação venha do seu estômago, agora sabemos que a obesidade é apenas o seu cérebro sugestionando o que você come e como você come.’ Embora carregar quilos extras possa levar a inconveniências (como artrite e apneia do sono), Yeo disse que isso por si só não vai te matar. Mas é perigoso carregar excesso de peso, porque uma vez que suas células de gordura se ench…ficando sua saúde, então é uma doença’, disse ele. A genética desempenha um papel importante em relação à quantidade de gordura que suas células podem armazenar, e também afeta com que frequência e com que intensidade nosso cérebro envia o sinal de fome. O que você pode fazer se a natureza estiver jogando contra você? Yeo tem essas cinco dicas – que ele chama de ‘verdades de Yeo’ em seu primeiro livro, ‘Gene Eating: The Science of Obesity and the Truth about Dieting’ (sem tradução em português) – para ajudá-lo a comer de forma saudável para perder peso. Verdade de Yeo nº 1: Perder peso ‘não deveria ser fácil’ Perder peso vai contra nossos mecanismos de autopreservação. ‘Qualquer um que lhe diga que perder peso é fácil está mentindo para você – confie em mim: mentindo para você’, disse Yeo. ‘Não é, porque seu cérebro torna isso difícil. Então, quando você perde peso, ele odiará e tentará fazer com que você recupere o peso.’ Yeo disse que se você está tendo dificuldades para perder peso, ‘entenda que não é porque você é ruim, é porque ‘não deveria ser fácil”. Verdade de Yeo nº 2: Tente moderar na alimentação Reduza sua ingestão de alimentos de forma geral – apenas um pouco. ‘Coma um pouco menos de tudo’, disse Yeo. ‘É, de outro modo, chamado de moderação, mas também é verdade.’ Ele não recomenda tentar eliminar completamente grupos alimentares frequentemente difamados, como carboidratos ou gorduras. ‘Se você pode beber laticínios, então laticínios não são venenosos para você’, disse ele. ‘Coma um pouco menos de tudo, se você quiser perder peso.’ Verdade de Yeo nº 3: Alimentos de digestão lenta são seus aliados Escolha alimentos que sustentam por mais tempo. ‘Comidas que levam mais tempo para serem digeridas fazem você se sentir mais saciado’, disse Yeo. Um exemplo é a proteína. ‘Você não quer comer em excesso, mas uma dieta com mais proteínas realmente faz você se sentir mais saciado’, disse ele. ‘Comer alimentos ricos em fibras também tende a fazer você se sentir mais saciado.’ Verdade de Yeo nº 4: Qualidade acima de calorias Considere o valor do alimento como um todo, não apenas um aspecto dele. ‘Não conte calorias cegamente’, disse Yeo. ‘Por quê? Porque as calorias apenas informam sobre a quantidade de comida; elas não informam sobre a qualidade nutricional do alimento. [O valor calórico] não diz a você quanto de proteína, quanto de fibra, quanto de sal, quanto de micronutrientes estão presentes.’ Verdade de Yeo nº 5: Comida não é inimiga Sempre que discutem dietas, disse Yeo, as pessoas falam desnecessariamente sobre excluir os chamados ‘alimentos ruins’ em vez de entender como eles interagem com a comida. ‘Não tema a comida’, disse ele. ‘Acho que precisamos corrigir nosso ambiente alimentar; acho que algumas pessoas precisam comer menos. Mas se você tem medo…aceitação dos corpos gordos, patologização, estatísticas, translúcido, influência da fome, inconveniências, derramam, órgãos profissionais de armazenamento de gordura, problemas metabólicos, redefinir o termo, desempenha um papel.
Desafiando Conceitos sobre Obesidade
Por mais que a obesidade ainda seja vista por muitos como um reflexo do estilo de vida e da falta de força de vontade, a compreensão crescente de que se trata de uma condição crônica é fundamental. Mesmo em meio ao movimento de aceitação dos corpos gordos, há resistência à ideia de patologizar a obesidade.
As estatísticas alarmantes sobre a prevalência de sobrepeso e obesidade já são amplamente conhecidas. Cerca de 42% dos adultos nos EUA são considerados obesos, e outros 31% estão lidando com quilos extras. As complicações de saúde associadas à obesidade, como pressão alta, diabetes e doenças cardíacas, são graves e bem documentadas.
Entender a obesidade como uma questão cerebral, onde o cérebro desempenha um papel fundamental na regulação da fome e do peso, é um ponto crucial. Giles Yeo destaca a importância de não apenas ver a obesidade como um excesso de peso corporal, mas sim como um estado que afeta significativamente a saúde.
A influência da fome, as inconveniências de carregar quilos extras e os riscos metabólicos são aspectos que devem ser considerados na abordagem da obesidade. O acúmulo de gordura em órgãos internos e músculos, que não são projetados para armazená-la, pode levar a sérias consequências para a saúde metabólica e cardiovascular.
Redefinir o conceito de obesidade como uma doença é um passo importante para lidar com o problema de forma mais eficaz. A genética desempenha um papel significativo na predisposição ao acúmulo de gordura e na regulação da fome, o que pode desempenhar um papel crucial na abordagem individual da obesidade.
Diante de desafios genéticos ou ambientais, seguir orientações baseadas na qualidade alimentar, moderação na ingestão, escolha de alimentos de digestão lenta e enfatizando a importância da nutrição sobre a contagem de calorias são estratégias fundamentais para uma abordagem saudável e sustentável para a perda de peso.
Compreender que a comida não deve ser vista como inimiga, mas como um elemento essencial para o bem-estar e a saúde, é crucial nesse processo de mudança de comportamento alimentar. Desconstruir mitos e medos em torno da alimentação é essencial para promover uma relação saudável com a comida e combater estigmas associados à obesidade.
Fonte: © CNN Brasil
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