Vida do craque do Botafogo é um espelho da luta improvável e obstáculos insuperáveis daqueles que vieram da miséria e são lidos no mundo com saída estratégica, desviantes da norma e arquitetura das favelas
O grande Garrincha é uma figura icônica no futebol brasileiro, e sua biografia é um must-read para qualquer torcedor patriota. Seu feito de ser campeão brasileiro e da Libertadores em 1962 é uma conquista que ainda nos emociona até hoje.
Para o torcedor do _Botafogo_, não poderia ser mais emblemático. Com a camisa 7, o número que o próprio _Garrincha_ usava, é uma homenagem que ele merece. E, quem sabe, mais um título no final do ano poderia ser o presente perfeito para os torcedores do _Botafogo_.
Um Brasileiro Chamado Garrincha: A Vida e Legado de um Ídolo Brasileiro
Por ordem de prioridade, botafoguenses da periferia, torcedores do Botafogo, brasileiros e até mesmo seres de outro planeta devem ler a fascinante história de Garrincha. Filho de uma família de 15 irmãos, ele mostrou ao mundo a genialidade dos que vêm daqueles lugares difíceis, onde a vida é um grande desafio. Como menciona o grupo Racionais MCs, ‘do lixão nasce flor’, mas também é verdade que ‘você sai da favela, mas a favela nunca sai de você’. Notícias relacionadas Após 29 anos, o Botafogo pode voltar a conquistar o título do Campeonato Brasileiro Super Mundial terá Palmeiras x Porto, Fla x Chelsea, Flu x Borussia e Botafogo x PSG Botafogo entra em campo para ‘devolver’ título brasileiro à torcida Garrincha viveu o lado mais sombrio dessa verdade, uma vida real, de subidas e quedas, em intensidade incomum. Lendo a biografia Estrela Solitária, de Ruy Castro, entendemos em profundidade como e porque um dos nossos maiores ídolos é ‘vida loka’. Listamos sete motivos para ler a biografia – quantidade escolhida em respeito ao número altamente cabalístico, que Garrincha eternizou no Botafogo. Existem mais motivos, muitos mais, à torto e direito.
Descendente de Indígenas: A Herança de Garrincha
Garrincha descende de fulniôs, que viviam desde o século 18 em uma reserva em Águas Belas, Pernambuco, perto de Alagoas. Um dos últimos grupos indígenas da região, espalharam-se por locais como a Serra da Barriga, onde havia existido o quilombo de Palmares. Garrincha é descendente da diáspora indígena e da aventura do povo brasileiro.
Paupérrimos: A Vida Difícil dos Avós e Pais de Garrincha
Os avós e pais de Garrincha viveram na passagem do século 19 para o 20. São do agreste alagoano. ‘Eram apenas brasileiros de pele escura, num tempo e lugar ásperos – e, como tal, candidatos ao analfabetismo, à rudeza e ao atraso. O Brasil não os desapontou’, escreve o biógrafo Ruy Castro.
Nomes de Quebradas: Um Misterioso Legado
O primeiro nome de Garrincha, Manuel, foi dado em homenagem ao tio que veio tentar a vida no Rio de Janeiro, se deu bem, enricou e trouxe a família. Garrincha nasceu perto de Magé, numa localidade cujo nome provoca conotações sexuais. Na biografia se descobre que não há relação com obscenidade, mas com a natureza exuberante.
Alcoolismo: Um Problema Grave nas Periferias
Amaro, pai de Garrincha, alcóolatra, morreu de cirrose. Exceto um, todos os tios tinham a doença. O alcoolismo é um problema sério nas periferias, onde droga ainda é somente sinônimo de maconha, cocaína e craque. Mas a real é que nas quebradas o álcool é a mais barata entre as drogas mais potentes, destruindo pessoas e famílias.
Improviso e Estética da Periferia: A Arte de Garrincha
Saída estratégica pela direita, improviso, soluções inusitadas, desviantes da norma, constituem a estética da periferia: pense na arquitetura das favelas, o quanto é improvável tudo aquilo estar em pé, funcionando. A biografia de Garrincha é uma aula sobre estética de quebrada. Neste quesito, os seus dribles, dentro e fora de campo, têm valor sociológico.
Despreparo para o Sucesso: A Tragédia de Muitos que Vieram da Periferia
O despreparo para o sucesso foi trágico para inúmeros jogadores e outros astros e estrelas que vieram da periferia.
Fonte: @ Terra
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