Armamento apreendido no interior de SP, em operação contra crimes de cangaço e roubo de carros-fortes, na Delegacia do Patrimônio do Departamento Estadual de Investigações Criminais.
Em uma operação realizada pela Polícia Civil de São Paulo, foram apreendidas oito armas de fogo em Aguaí, no interior paulista. A ação resultou na apreensão de fuzis e carabinas, que, segundo as investigações, seriam utilizadas por grupos criminosos especializados em crimes de grande impacto.
A suspeita é que essas armas seriam repassadas a quadrilhas especializadas em crimes do chamado ‘novo cangaço’, em que cidades inteiras são dominadas para o roubo de bancos e carros-fortes. Além disso, a Polícia Civil também investiga a possibilidade de que esses armamentos estivessem relacionados a outros crimes, como assaltos a residências e comércios. A apreensão dessas armas é um grande golpe contra a criminalidade e demonstra a eficácia das ações da Polícia Civil em combater o crime organizado.
Armamento e Drogas Apreendidos em Aguaí
A polícia apreendeu oito fuzis, incluindo três que pertencem ao Exército da Bolívia, e mais de 1.500 quilos de cocaína em um sítio em Aguaí. As armas e a droga foram encontradas dentro de embalagens na caçamba de um caminhão, e três homens foram presos no local. O caminhão foi encontrado dentro do sítio de um dos suspeitos, identificado como Carlos Henrique Valente Mariano, 43.
Investigadores afirmaram que a droga e as armas podem ter chegado até o local via Mato Grosso. Outro suspeito preso, Marcelo Eduardo Nogueira de Souza, 31, o Alemão, já tinha sido preso por tráfico de drogas em Mato Grosso. A polícia afirma que o sítio em Aguaí serviria como uma espécie de entreposto das drogas, que seriam distribuídas para vários outros municípios brasileiros.
Investigação e Suspeitos
Alemão seria o responsável por administrar a logística do tráfico, segundo a investigação. Ele tinha um assistente, Tiago Herculano Silva, 27, que também foi preso. Mariano, que era dono do sítio, já foi preso por porte ilegal de arma em circunstâncias semelhantes: armamento que foi encontrado pela polícia numa de suas propriedades.
Os fuzis e carabinas provavelmente seriam vendidos para um único grupo criminoso, segundo a polícia. A suspeita é que o grupo investigado tenha ao menos dez integrantes e seja ligado à facção criminosa PCC. O valor total das armas é estimado em R$ 860 mil. Os equipamentos do Exército boliviano -do modelo FAL calibre 7,62- foram identificados pois têm encravado o brasão de armas do país.
Investigação e Dificuldades
A investigação, conduzida pela 4ª Delegacia do Patrimônio, durou quatro meses. A quadrilha investigada estava baseada em Paulínia (SP) antes de migrar para Aguaí, cerca de 80 quilômetros ao norte. Segundo a polícia, a principal dificuldade da investigação era o fato de que vários veículos eram usados ao mesmo tempo nos locais onde se fazia a troca de armas e drogas.
‘Perdemos eles, às vezes, por minutos’, disse o delegado Fábio Pinheiro Lopes, titular do Deic. ‘Na hora que a droga chegava num comboio de dez veículos, já levava tudo embora, cada veículo ia para um lado.’ É do número de veículos que vem a estimativa número mínimo de integrantes do grupo criminoso.
Armamento e Financiamento
Segundo o delegado Fabio Sandrin, da 4ª Delegacia do Patrimônio, o fato de as armas estarem embaladas indica que elas eram novas e provavelmente ainda não tinham sido utilizadas. ‘Pela logística, as armas tinham acabado de chegar, elas estavam embrulhadas’, disse Sandrin. ‘Essa quadrilha que traficava armas aproveitou-se da logística da droga.’
Sandrin também afirmou que há suspeita de uma ligação financeira entre a venda de drogas do PCC e as quadrilhas que praticam assaltos nos moldes do novo cangaço. ‘O novo cangaço é um meio de financiar o tráfico de drogas: eles investem para obter dinheiro, lucro para financiar o tráfico de drogas. Não tem como separar uma coisa da outra, tanto é que as armas e a droga são frequentemente encontradas juntas em operações policiais.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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