Fabricante enfrenta voo turbulento no 1º trimestre, entrega 20% menos aeronaves que o esperado, devido a decisão de desacelerar produção. Menor número impacta performance comparada à rival Airbus. Novas acusações podem surgir sobre negligência.
Desde o final de 2018, a Boeing tem enfrentado um voo turbulento que parece interminável. Com novas acusações de negligência e o 737 MAX novamente causando problemas, a reputação da empresa segue comprometida. No primeiro trimestre deste ano, a fabricante de aeronaves registrou o menor número de entregas de aviões desde meados de 2021.
A situação crítica da Boeing reflete a pressão contínua que a empresa enfrenta no mercado de aviação. A necessidade de reconstruir a confiança dos clientes e reavaliar os processos de certificação destaca os desafios que a renomada fabricante de aeronaves está enfrentando atualmente. É crucial que a empresa tome medidas rápidas e eficazes para superar essa crise e garantir um futuro mais seguro e estável.
Boeing: Entrega de aviões abaixo do esperado
A Boeing divulgou na terça-feira, dia 9 de abril, que entregou 83 aviões comerciais, um número significativamente mais baixo em comparação com os 130 entregues no mesmo período do ano anterior. Essa performance ficou aquém da expectativa média dos analistas de Wall Street, que previam a entrega de 104 aeronaves, conforme informações do site Barron’s.
A situação atual da Boeing contrasta com a de sua principal concorrente, a Airbus, que reportou a entrega de um total de 142 aviões nos primeiros três meses do ano – um acréscimo de 12% em relação ao mesmo período de 2023. A Boeing tem reduzido a produção como parte de um movimento para aprimorar a qualidade e a segurança de seus produtos.
Essa decisão de desacelerar a produção foi suscitada por um incidente ocorrido em um voo da Alaska Airlines em janeiro deste ano, envolvendo um Boeing 737 MAX que apresentou uma falha estrutural, resultando na abertura acidental da porta de emergência durante o voo a uma altitude de 4,9 mil metros.
As questões relacionadas à qualidade e segurança das aeronaves da Boeing surgiram após os trágicos acidentes que envolveram dois 737 MAX, levando à perda de 346 vidas e à paralisação das operações dessa geração por aproximadamente 20 meses. A recente notícia de que a FAA está investigando alegações de um engenheiro da Boeing sobre problemas na montagem do avião 787 Dreamliner acrescenta mais pressão à empresa.
O engenheiro, Sam Salehpour, revelou ao The New York Times que mudanças na montagem das seções da fuselagem poderiam resultar em separações durante o voo. A Boeing reconhece as alterações, porém afirma que não comprometem a segurança estrutural da aeronave.
Além disso, as preocupações sobre o controle de qualidade e as entregas do primeiro trimestre aumentaram, com a divulgação prevista dos resultados financeiros em 24 de abril. Os investidores buscam indicativos de como a fabricante de aeronaves está enfrentando esses desafios, especialmente em relação ao uso de caixa.
Segundo o CFO da Boeing, Brian West, a empresa espera uma queima de caixa maior do que o previsto, entre US$ 4 bilhões e US$ 4,5 bilhões, impactada por questões operacionais. A empresa pretende resolver essas questões para encerrar o ano com um saldo de caixa positivo e um valor de mercado mais estável.
Apesar dos desafios enfrentados, a Boeing encerrou o pregão com ações em queda de 1,89%, cotadas a US$ 178,12. Desde o início do ano, as ações acumulam uma queda de 30,7%, resultando em um valor de mercado de US$ 109,2 bilhões.
Fonte: @ NEO FEED
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