Xenotransplante de rim de porco em paciente com diabetes tipo 2 e hipertensão é solução promissora para escassez de órgãos, diz Leonardo Riella em comunicado de quinta-feira.
O Hospital Johns Hopkins, na cidade de Baltimore, também nos Estados Unidos, acaba de realizar um avanço na área da medicina: o primeiro transplante de fígado artificial em um ser humano. A notícia foi divulgada hoje e marca um grande passo na evolução dos transplantes de órgãos.
Essa nova técnica revolucionária promete transformar o campo da cirurgia de transplante de órgãos, abrindo portas para novas possibilidades no tratamento de pacientes com insuficiência hepática. O procedimento inovador foi realizado com sucesso em um paciente de 45 anos que aguardava na lista de espera por um transplante de fígado tradicional. Com isso, a equipe médica do Hospital Johns Hopkins se consolida como referência mundial em avanços no campo da medicina regenerativa.
Equipe Colaborativa Realiza Transplante de Rim de Porco em Paciente Crônico
A equipe que conduziu o procedimento cirúrgico pioneiro contou com liderança do nefrologista brasileiro, o renomado especialista em transplante renal Leonardo Riella, atual diretor médico de transplante renal do hospital. Em uma entrevista recente à revista VEJA, Riella expressou sua emoção ao destacar o trabalho árduo realizado pela equipe durante o transplante.
O xenotransplante, procedimento que envolve a substituição de órgãos por tecidos de espécies diferentes, foi realizado em Richard Slayman, um paciente diagnosticado com doença renal crônica em estágio terminal. A cirurgia, que durou quatro horas, ocorreu após Slayman apresentar falhas no órgão transplantado anteriormente em 2018, devido a complicações vasculares decorrentes do diabetes tipo 2 e hipertensão que o paciente também enfrenta.
Mesmo após 16 procedimentos cirúrgicos para corrigir as complicações, Slayman precisava de cuidados contínuos. Foi então que a equipe propôs a realização do transplante de rim de porco, após análise detalhada dos benefícios e riscos associados. O paciente, em comunicado oficial, enalteceu a oportunidade de ajudar não só a si mesmo, mas também a inspirar esperança em outros pacientes que aguardam por um transplante.
Recuperação e Acompanhamento Após o Transplante
Na quinta-feira, 22, está prevista a retirada da linha de diálise de Slayman, que seguirá com monitoramento constante por meio de consultas e exames médicos. O procedimento realizado envolveu um rim suíno geneticamente modificado através de 69 edições genômicas com a tecnologia CRISPR-Cas9, visando melhorar a compatibilidade com o organismo humano.
Leonardo Riella, renomado líder da equipe, ressaltou a importância do trabalho colaborativo na conquista desse marco na área de transplantes. Ele reconheceu a dedicação de cada profissional envolvido e destacou o impacto positivo que a técnica de xenotransplante pode ter para reduzir a escassez de órgãos e a demanda por doadores.
O médico, que possui vasta experiência na área de transplantes renais e atua como professor associado na Harvard Medical School, salientou que a técnica de xenotransplante representa uma promissora solução para a crise enfrentada pelas pessoas na fila de transplantes, com a falta de órgãos disponíveis para atender a demanda crescente no cenário médico atual.
Avanços e Desafios no Campo dos Transplantes
O xenotransplante, que desponta como uma alternativa viável para pacientes crônicos como Slayman, já foi realizado anteriormente em outras circunstâncias, com destaque para um caso emblemático envolvendo um coração suíno geneticamente modificado para um paciente com cardiopatia grave.
Embora alguns casos apresentem desafios e riscos, a tecnologia CRISPR-Cas9 vem possibilitando avanços significativos na área de transplantes, com o potencial de melhorar a qualidade de vida e a sobrevida de pacientes em estado terminal. A importância de se investir em pesquisas e inovações nesse campo é crucial para atender a crescente demanda por órgãos e solucionar questões de saúde urgentes que afetam milhares de pessoas ao redor do mundo.
Fonte: @ Veja Abril
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