Segunda-feira piora: Inflação e dólar desfavoráveis, Bolsa alcança alta com Petrobras e Vale. Real desvalorizando: vendedores para fora prosperam, investidores atraídos. Pessimistas expectativas econômicas: maior cautela. R$ 15,5 bilhões giro diário, inflação pressão, locais, risco fiscal, fuga de dólares, Tesouro Direto taxas subindo 1,15%, R$ 5,65, dólar ganha 16,5%.
O início do segundo semestre foi marcado por uma leve melhora para o mercado financeiro brasileiro. Mesmo com as perdas acumuladas de mais de 7% de janeiro a junho, o Índice Bovespa mostrou sinais de recuperação, especialmente o índice de ações do país, que registrou um aumento discreto de 1,5% no último mês.
Essa movimentação positiva no Índice Bovespa reflete a confiança dos investidores e a expectativa de um cenário mais favorável para o mercado de ações. A recuperação do índice de ações do país é um indicativo de que o mercado financeiro está encontrando um novo equilíbrio e pode apresentar oportunidades interessantes para os investidores nos próximos meses.
Índice, Ibovespa; Mantém-se em Destaque Apesar de Cenário Econômico Desafiador
O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, indicou uma piora nas projeções econômicas, com expectativas mais pessimistas para a inflação e a cotação do dólar. Esse cenário geralmente sugere um ambiente de maior cautela para os investidores, o que poderia resultar em pressão negativa sobre o índice. No entanto, com a ajuda de empresas de peso ligadas à demanda externa, o índice de ações do país alcançou saldo positivo neste pregão.
Vale e Petrobras, ambas beneficiadas pela desvalorização do real e aumento nos preços de suas matérias-primas de exportação, minério de ferro e petróleo, respectivamente, correspondem juntas a um quarto do Ibovespa. Por isso, a forte alta das duas foi o bastante para garantir ganhos, a despeito da escorregada de outros papéis, como os de varejo, que mais uma vez sofreram com a perspectiva da manutenção de juros altos e aumento da inflação. Assim, o índice brasileiro fechou com alta de 0,65%, aos 124.718 pontos.
No ano, contudo, a queda acumulada é de 7%; o índice de ações do país teve mais um dia de volume fraco de negociações, atingindo giro de R$ 15,5 bilhões ante a média de quase R$ 17 bilhões por dia nos últimos 12 meses.
Nesta semana, o mercado aguarda ansioso por mais um dado da economia dos Estados Unidos. Após uma inflação dentro da expectativa, que serviu para renovar os ânimos dos investidores lá fora, agora é a vez da carta do mercado de trabalho ser virada para cima. O setor de empregos aquecido tem sido, por muitos meses, uma pedra no sapato do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) que observa este indicador com lupa na hora de pesar a decisão de política monetária.
Quando o mercado de trabalho está muito forte significa que há ociosidade de vagas. Isso faz com que as empresas ofereçam salários melhores para atrair candidatos, o que eleva o ganho médio e fomenta o consumo. Com mais consumo, há uma pressão inflacionária que não pode ser ignorada por uma autoridade monetária que se preze.
Embora o início do ano tenha sido marcado por forte correlação entre a política de juros nos Estados Unidos e o mercado brasileiro, questões locais vêm ganhando mais relevância para o mercado. A percepção de aumento do risco fiscal, com a descrença de que o governo irá conseguir cortar gastos para manter as contas equilibradas, gera uma fuga de dólares e ajuda a elevar as taxas de juros.
O movimento fez com que as taxas do Tesouro Direto tivessem novo rali. Mais uma vez, o dólar comercial atingiu a máxima em dois anos e meio, subindo 1,15% hoje, negociado a R$ 5,65. No ano, a moeda americana se valorizou 16,5%. A curva de juros também vem sofrendo com a desconfiança no fiscal e pela saída de dólares.
Especificamente nesta segunda-feira, o temor de mais inflação foi o que mexeu com os contratos de curto prazo, que reagem mais a mudanças no atual ciclo monetário. O mercado teme que a recente escalada do dólar leve o índice de preços para cima. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 reajustou de 10,74% para 11,25%.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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