Requerimento sobre abertura de CPI de crimes sexuais praticados por dependentes químicos em situação de rua, financiados por entidades que recebem dinheiro público. Será votado na Câmara de SP.
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) anunciou hoje o protocolo de um pedido de CPI para investigar possíveis irregularidades envolvendo o padre Júlio Lancellotti. A votação do requerimento está agendada para a próxima semana, e a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito depende do apoio de, no mínimo, 28 vereadores.
A abertura da CPI é fundamental para esclarecer as denúncias feitas contra o padre Júlio Lancellotti e garantir a transparência nos processos de investigação. A Comissão Parlamentar de Inquérito tem o poder de convocar depoentes, requisitar documentos e realizar diligências para apurar os fatos em questão.
Abertura de uma CPI para investigar crimes sexuais praticados
Rubinho enfatiza que a intenção da CPI é investigar os crimes contra a dignidade da pessoa humana, principalmente os relacionados a crimes contra a liberdade sexual, assédio moral, psicológico e abusos congêneres que atingem pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e envolvidas com drogadição na cidade de São Paulo. A Comissão Parlamentar de Inquérito visa trazer à tona as práticas abusivas que ferem os direitos desses grupos vulneráveis.
Júlio Lancellotti, por outro lado, sempre negou as acusações que recaem sobre ele. Recentemente, Rubinho ampliou o escopo da CPI, que anteriormente focava apenas nas ONGs atuantes na região central da cidade. O vereador apontou que tais entidades recebem financiamento público e exploram os dependentes químicos, como o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, e o coletivo A Craco Resiste, que prestam assistência aos desabrigados e dependentes químicos no centro da capital.
A mudança no escopo da investigação, segundo o vereador, direciona as atenções para Lancellotti, garantindo que as entidades também não sejam poupadas nas averiguações. Rubinho afirmou que os ajustes foram feitos para proporcionar segurança jurídica nas investigações dos crimes sexuais cometidos no âmbito dessas ONGs que lidam com pessoas vulneráveis, mantendo a essência da CPI.
O vídeo que mostra um homem se masturbando durante uma conversa pela internet, enviado por Nunes e Milton Leite como forma de convencer outros parlamentares da necessidade de investigar o padre, não possui autenticidade comprovada. Lancellotti alega que se trata de um conteúdo adulterado, ressaltando que o mesmo vídeo foi compartilhado em 2020 quando Arthur do Val fez denúncia à Igreja Católica. Naquela ocasião, a igreja optou por arquivar a investigação, mas em fevereiro deste ano, a Arquidiocese informou que estava conduzindo uma nova apuração a respeito de um ‘suposto novo fato de abuso sexual’.
O padre reitera sua inocência perante as acusações e se diz confiante de que as investigações da Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos, ressaltando que as imputações são totalmente falsas e inverídicas. A Câmara Municipal permite a realização de até cinco CPIs simultaneamente, e atualmente, além da CPI em questão, estão em andamento as CPIs da Enel, da Violência contra a Mulher e de Furtos de Fios e Cabos. A abertura da CPI para investigar os crimes sexuais praticados é fundamental para a garantia da justiça e proteção dos direitos da população vulnerável.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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