Pesquisa Unifesp e Defensoria Pública revela crescente repressão nas duas últimas décadas, afetando respeito, opiniões e fenômeno cultural musical social.
Nos últimos anos, os bailes funk tem se tornado cada vez mais populares em todo o Brasil, especialmente em áreas carentes e de periferia. O termo pancadão é frequentemente usado para descrever esses eventos, que são conhecidos por sua música intensa e energia vibrante.
A pesquisa realizada por mais de 700 notícias, incluindo a Folha de S. Paulo, revela a ampla variedade de reações aos bailes funk, desde a aprovação da comunidade até as críticas políticas e policiais. Esses eventos são uma parte importante da cultura musical brasileira, especialmente em comunidades afrodescendentes, onde o funk é uma forma de expressão e conexão cultural. Além disso, os bailes funk também são uma plataforma para a expressão de identidade e resistência em áreas que muitas vezes são marginalizadas. A pesquisa destaca a importância de entender a complexidade desses eventos e a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e respeitosa em relação à cultura favelada.
Um Retrato da História Política dos Bailes Funk na Grande São Paulo
Urge organizar os fatos na linha do tempo para entender o panorama atual dos bailes funk em São Paulo. Desde sua origem, esses eventos começaram a se tornar mais frequentes nas periferias, gerando reações sociais e opiniões internéticas. No entanto, a repressão policial foi aumentando, levando a tragédias como o Massacre de Paraisópolis, ocorrido em 01 de dezembro de 2019, durante uma Operação Pancadão.
O relatório Pancadão: uma História de Repressão aos Bailes Funk de Rua na Capital Paulista, lançado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo e pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), fornece um contexto preciso para entender a evolução dos bailes funk em São Paulo, descrevendo como o poder público agiu em relação aos pancadões. Esse histórico contextualiza o Massacre de Paraisópolis e evidencia o processo cada vez mais violento de repressão policial que culminou na tragédia.
A Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk) foi criada como resistência e profissionalização, mas o crescimento dos bailes funk nas páginas dos jornais, como publicado pela Folha de S. Paulo entre 2001 e 2022, indica um aumento na visão política e policial sobre esses eventos. O relatório, com 141 páginas e metodologia científica rigorosa, oferece uma aula de interpretação das reverberações sociais dos bailes funk, além de embasar discussões informadas sobre o fenômeno cultural, musical, preto e favelado.
Abaixo, um exemplo da metodologia usada no estudo:
Um Estudo de Caso: O Massacre de Paraisópolis e a Operação Pancadão
O Massacre de Paraisópolis, que resultou em nove mortes, é um divisor de águas na história da favela e gerou trauma macabro. O estudo analisa como a Operação Pancadão, realizada pela Polícia Militar naquele dia, se tornou um marco na repressão policial e como isso contribuiu para o crescimento do fenômeno dos bailes funk.
A repressão policial aumentou após o Massacre, e o relatório detalha como isso afetou a comunidade. A criação da Apafunk pode ser vista como uma tentativa de resistência e profissionalização diante dessa repressão. A percepção da comunidade sobre os bailes funk também mudou, e a repressão policial se tornou um tema central na discussão social.
Abaixo, um exemplo da cobertura jornalística sobre os bailes funk:
Um Exemplo da Cobertura Jornalística: Bailes Funk e Repressão Policial
A Folha de S. Paulo publicou notícias sobre os bailes funk de São Paulo entre 2001 e 2022, o que indica um aumento na cobertura jornalística sobre o tema. O relatório analisa essas notícias e como elas refletem a visão política e policial sobre os bailes funk.
Essas notícias são um termômetro que indica o aumento da temperatura da visão política e policial sobre os bailes funk em São Paulo. Além disso, o estudo analisa como a cobertura jornalística afeta a percepção da comunidade sobre os bailes funk e a repressão policial.
O relatório Pancadão: uma História de Repressão aos Bailes Funk de Rua na Capital Paulista oferece uma visão clara sobre a evolução dos bailes funk em São Paulo, destacando a repressão policial como um fator central na história do fenômeno. O estudo é uma obra importante que pode embasar discussões informadas sobre o fenômeno cultural, musical, preto e favelado.
Fonte: @ Terra
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