Semana consolidou cenário de menor agressividade de juros nos EUA e Brasil, deixando o real menos atrativo em relação ao dólar, com mercado de trabalho aquecido e dados de emprego influenciando a taxa de câmbio.
O dólar apresentou um desempenho positivo no início da sessão desta sexta-feira (4), impulsionado pelos dados de emprego nos Estados Unidos, que revelaram um mercado de trabalho em alta.
Esses dados, referentes ao ‘payroll’ de setembro, mostraram que a moeda americana continua a ser uma opção atraente para os investidores, especialmente em um cenário de incerteza econômica global. A moeda estrangeira mais negociada no mundo, o dólar é um indicador importante para a economia global, e seu desempenho pode influenciar a cotação de outras moedas. A tendência de alta do dólar pode continuar nos próximos dias.
Flutuação do Dólar
O dólar americano apresentou uma leve queda no final da manhã, descolando-se da alta de 0,53% registrada anteriormente contra moedas pares. Ao final dos negócios, a moeda americana caía 0,33% e era cotada a R$ 5,455, com uma queda de 0,35% na semana. De acordo com Alexandre Viotto, diretor de mesa de câmbio da EQI Investimentos, o câmbio se manteve estável em comparação às últimas semanas, sem grandes surpresas nos dados ou falas de autoridades monetárias.
O cenário de um corte mais gradual dos juros pelo banco central americano, enquanto o Banco Central do Brasil deve subir as taxas, mas de forma não agressiva, se consolidou nessa semana. Como resultado, o câmbio se manteve nos patamares observados na semana passada, pois o cenário de menor agressividade dos bancos centrais não torna o real tão atrativo em relação ao dólar.
Dados de Emprego nos EUA
Os Estados Unidos criaram 254 mil vagas de empregos em setembro, uma forte aceleração em relação ao número revisado de 159 mil vagas abertas em agosto. O valor ficou bem acima das projeções, que esperavam a criação de 146 mil vagas no mês passado. A pesquisa feita pela Bloomberg mostrou que a projeção mais elevada era de 220 mil empregos, segundo Gino Olivares, economista-chefe do escritório de gestão de fortunas Azimut.
Os salários registraram alta de 0,4%, também acima das expectativas, e o resultado de agosto foi revisado para cima, de 0,4% para 0,5%. Com isso, a variação acumulada nos últimos doze meses subiu de 3,9% em agosto (antes 3,8%) para 4% em setembro. Os dados de trabalho são decisivos para ajustar as expectativas para os juros americanos, no encontro do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de novembro.
Impacto no Mercado de Trabalho
Os números divulgados mostram um quadro bem diferente do registrado nos três meses anteriores, que apontavam uma perda de fôlego do mercado de trabalho. No entanto, os dados atuais indicam um mercado de trabalho aquecido, com uma taxa de desemprego baixa e uma alta nos salários. Isso pode influenciar a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros.
A aposta em um corte menor dos juros, de 0,25 ponto percentual, na próxima reunião do banco central americano se consolidou após os dados desta semana. Além disso, a taxa de câmbio pode ser influenciada pela decisão do Federal Reserve, o que pode afetar a economia brasileira e a moeda estrangeira.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo