Troca de candidata na coalizão opositora devido ao prazo de inscrições. Problemas no sistema de inscrição e desinformação sobre dupla nacionalidade de Corina Yoris.
O processo eleitoral para as eleições presidenciais no Brasil já está em pleno vapor. Os candidatos estão percorrendo o país em busca de votos e apoio popular para o pleito que ocorrerá em outubro.
Com a proximidade da data do sufrágio, as pesquisas de intenção de voto se tornam cada vez mais frequentes. Os eleitores estão atentos às propostas dos candidatos e esperam por um pleito justo e transparente
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Coalizão opositora denuncia bloqueio de acesso às inscrições
O prazo de inscrições de candidatos se encerra nesta segunda-feira, e a coalizão opositora diz que o acesso às inscrições está bloqueado à substituta de María Corina Machado. ‘Já se passaram mais de 54 horas desde o início do período de inscrição sem que nos fosse permitido o acesso ao sistema para poder inscrever a doutora Corina Yoris. Repetimos mais uma vez: nada nem ninguém nos tirará da rota eleitoral para conseguir a mudança para a nossa Venezuela com a força do voto majoritário’, informou a PUD.
Impedida pelo regime venezuelano de concorrer, María Corina Machado desistiu da candidatura e anunciou a historiadora e doutora em filosofia Corina Yoris para substitui-la, numa demonstração de que a oposição está unida para enfrentar Maduro nas urnas. ‘Vencedora das primárias de outubro, María Corina classificou o bloqueio da inscrição como mais uma manobra do regime para impedir que a candidata escolhida pela maioria antichavista possa concorrer.
Durante o fim de semana, circularam nas redes sociais mensagens com o lema ‘Deixe Corina registrar-se’. O exército da desinformação também entrou em ação, e a nova candidata Corina Yoris precisou postar um desmentido categórico de que ela tenha dupla nacionalidade – o que poderia ser um impeditivo para disputar as eleições.
Desafios rumo às eleições: incertezas e riscos para a oposição
‘Nasci em Caracas, meus pais nasceram na Venezuela e jamais optei por uma nacionalidade diferente da venezuelana’, afirmou Yoris, de 80 anos, prestigiada acadêmica, embora desconhecida no meio político. Sua candidatura foi saudada como o produto de um consenso entre os opositores de Maduro. Mas a rota até as eleições é incerta: conforme alertou Benigno Alarcón Deza, diretor do Centro de Estudos Políticos da Universidade Católica Andrés Bello, se o CNE rejeitar a candidata, essa nomeação não poderá ser substituída e a coalizão opositora poderá ficar fora do processo eleitoral.
‘O movimento de bloqueio do sistema por parte da CNE é mais uma forma de tentar dividir a oposição, pelo fato de não conseguir registrar o candidato escolhido, e forçá-la a negociar a sua candidatura com o próprio governo’, ponderou Alarcón. Com o controle das instituições – Legislativo, Judiciário e Forças Armadas – Maduro detém sem dificuldades as rédeas desta corrida de obstáculos da oposição, em vantagem nas pesquisas, até as urnas.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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