Bolsonaro foi flagrado na embaixada dos EUA com passaporte apreendido; material gravado mostrava ele tentando fugir de investigações. (141 caracteres)
A Embaixada da Hungria no Brasil anunciou, recentemente, a demissão de dois funcionários locais que estavam prestando serviços à representação diplomática. A decisão pegou todos de surpresa, uma vez que a embaixada não deu maiores explicações sobre o motivo das demissões. Um dos funcionários dispensados ocupava o cargo de secretário do embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai, enquanto o outro desempenhava funções como encarregado de manutenção geral.
As demissões na Embaixada da Hungria acabaram sendo divulgadas pela ‘CNN’ e posteriormente confirmadas pela GloboNews. A ausência de esclarecimentos por parte da representação diplomática gerou especulações sobre os motivos por trás das dispensas dos funcionários, alimentando debates sobre as práticas de gestão interna da embaixada.
Repercussão da reportagem do ‘The New York Times’
Elas aconteceram uma semana após o prestigioso jornal ‘The New York Times’ revelar, em uma reportagem exclusiva, que o ex-presidente Jair Bolsonaro passou dois dias hospedado na Embaixada da Hungria em Brasília. Poucos dias antes, o passaporte de Bolsonaro tinha sido apreendido pela Polícia Federal em uma operação relacionada a uma tentativa de golpe de Estado.
A reportagem do ‘The New York Times’ exibiu vídeos obtidos do circuito interno da representação diplomática da Hungria na capital brasileira, mostrando claramente Bolsonaro chegando e saindo do prédio. Estes vídeos, que não foram oficialmente divulgados pelo governo húngaro, geraram grande repercussão em âmbito internacional. De acordo com o direito internacional, as embaixadas são consideradas invioláveis pela polícia local, o que levanta questões sobre a legalidade das ações realizadas durante a estadia de Bolsonaro na embaixada.
Enquanto estava hospedado na Embaixada da Hungria em Brasília, Bolsonaro estava protegido contra buscas ou prisões por autoridades locais, conforme estabelecido pelas leis internacionais. Além dos dois funcionários demitidos após a divulgação dos vídeos, outros cinco brasileiros atuam na embaixada, desempenhando funções variadas, como motorista, faxineiros e jardineiros. Os dois demitidos, vale ressaltar, tinham acesso em tempo real ao sistema de vigilância do local.
O material gravado nos vídeos ficava armazenado em uma sala que, surpreendentemente, não era trancada. No entanto, o acesso às gravações exigia uma senha especial, o que levanta questionamentos sobre a segurança e privacidade das informações captadas pelo sistema de vigilância da embaixada.
Aprofundamento da investigação pela PGR
Após a divulgação da reportagem do ‘The New York Times’, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Bolsonaro explicasse sua permanência na Embaixada da Hungria dentro de um prazo de 48 horas. Em resposta, a defesa do ex-presidente negou veementemente que houvesse qualquer tentativa de pedido de asilo ou fuga de investigações em andamento.
Os argumentos apresentados pela defesa de Bolsonaro foram encaminhados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora tem a responsabilidade de analisar o caso e apresentar um posicionamento até o final desta semana. A expectativa é que a PGR forneça informações cruciais para esclarecer a polêmica envolvendo a estadia de Bolsonaro na embaixada e as possíveis violações do direito internacional que possam ter ocorrido durante esse período.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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