Quase metade de adultos brasileiros terá obesidade ou sobrepeso em 20 anos, de acordo com uma pesquisa apresentada no ICO. Novos casos de doenças crônicas, como diabetes e cânceres, esperados por 48% dos adultos, além de 27% com sobrepeso. Mortes atribuídas a essas condições aumentarão. Estudo da Federação Mundial de Obesidade em São Paulo. Prevalência de 11 doenças cardiovasculares, diabetes, renal crónica e cirrose aumentará. Tratamento e prevenção necessários para todas as faixas etárias. Pesquisas epidemiológicas, nacional e global. IMC, doenças associadas: 11 doenças cardiovasculares, diabetes, renal crónica, cirrose, cânceres.
É previsto que quase metade dos adultos brasileiros (48%) serão afetados pela obesidade e outros 27% estarão acima do peso até o ano de 2044, de acordo com um recente estudo divulgado durante o Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO) 2024.
O aumento de peso é uma preocupação crescente em todo o mundo, e no Brasil não é diferente. Com projeções alarmantes como essas, é essencial adotar medidas eficazes para combater a obesidade e o sobrepeso, visando a promoção de hábitos saudáveis e a conscientização da população sobre a importância de uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos.
Obesidade em Destaque: Tendências Atuais e Projeções para o Futuro
O evento, promovido pela Federação Mundial de Obesidade, é um dos principais congressos internacionais sobre obesidade e acontece em São Paulo de 26 a 29 de junho. De acordo com as estimativas do estudo, quase metade dos adultos brasileiros estará acima do peso ou com obesidade dentro de 20 anos. Os autores também preveem que, se as tendências atuais persistirem, 130 milhões de brasileiros estarão vivendo com sobrepeso.
O trabalho, liderado por Eduardo Nilson, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e sua equipe, utilizou um modelo de tabela de vida para analisar os impactos do aumento de peso e da obesidade em 11 doenças associadas ao Índice de Massa Corporal elevado no Brasil até 2044, considerando a manutenção das tendências atuais.
O modelo prevê mortes e novos casos de 11 doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica, cirrose e cânceres com base em dados demográficos e epidemiológicos de pesquisas nacionais e do Estudo de Carga Global da Doença. Estima-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade entre adultos brasileiros aumentará de 57% em 2023 para 75% em 2024.
Como resultado, prevê-se o surgimento de 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas associadas ao sobrepeso e à obesidade nos próximos 20 anos, com 1,2 milhão de mortes atribuíveis a esses fatores durante esse período. Embora a distribuição de novos casos entre homens e mulheres não deva variar significativamente, o estudo indica que 64% das mortes relacionadas à obesidade ocorrerão entre os homens até 2044.
O diabetes é apontado como responsável por mais de 51% dos novos casos, enquanto as doenças cardiovasculares associadas ao excesso de peso representam cerca de 57% das mortes até 2044. Com base nas projeções atuais, a carga epidemiológica e econômica do sobrepeso e da obesidade no Brasil aumentará consideravelmente, exigindo a implementação de políticas robustas no país para o tratamento e prevenção em todas as faixas etárias.
Os dados alarmantes destacam a necessidade de focar em políticas de prevenção e afastar-se da ideia de que a obesidade é apenas uma questão de hábitos e escolhas. Bruno Halpem, presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), ressalta a importância de unir esforços entre governo e sociedade civil para enfrentar esse desafio crescente.
Mulheres, negros e outras pessoas não brancas são identificados como grupos mais vulneráveis a essas tendências preocupantes. A América Latina destaca-se como referência nesse debate, oferecendo lições valiosas que podem orientar ações eficazes em todo o continente.
Fonte: © CNN Brasil
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