Pelo quinto mês consecutivo, banco central dos EUA não define queda de juros, apesar da queda na inflação e economia aquecida. Indefinição gera angústia em todos os setores.
A Fed é a sigla para Federal Reserve System, o sistema de reserva federal dos Estados Unidos que atua como banco central do país. A Fed desempenha um papel fundamental na condução da política monetária e na estabilidade financeira da maior economia do mundo.
A Fed é a principal autoridade monetária dos Estados Unidos, responsável por regular a oferta de moeda e controlar a taxa de juros. Além disso, a Fed também supervisiona e regula o sistema bancário do país para garantir a segurança e a solidez do sistema financeiro. Sua influência nas decisões econômicas e financeiras globais é enorme, sendo considerada uma das instituições mais poderosas do mundo.
Decisão do Fed mantém expectativa em torno do ciclo de queda de juros
A reunião desta quarta-feira, 20 de março, da autoridade monetária americana, o Federal Reserve, não trouxe surpresas, seguindo o script das últimas cinco reuniões. A expectativa em torno do início do ciclo de queda da taxa de juros continua alta, mas o Fed optou por manter as taxas atuais, entre 5,25% e 5,5% ao ano, sem indicar claramente quando os cortes terão início.
No comunicado final, o grupo de 18 integrantes do banco central dos EUA reiterou a previsão de que os juros diminuirão até o fim do ano, condicionados à queda da inflação, que se encontra em 3,2%. As projeções econômicas trimestrais divulgadas apontam para três cortes de juros ao longo do ano, mas essa previsão já havia sido feita em dezembro, sem ter sido concretizada até o momento.
Sensação de angústia permeia setores da economia americana diante da indefinição do Fed
A incerteza em relação ao futuro dos juros nos EUA tem gerado uma sensação de angústia em diversos setores da sociedade. A espera por um sinal claro do Federal Reserve tem impactado o mercado financeiro, que aguarda por orientações para readequar suas estratégias de investimento a médio prazo. Setores industriais também adiam decisões estratégicas enquanto aguardam a redução das taxas de juros.
Parte dessa incerteza resulta da trajetória da economia americana, que ainda sofre os reflexos da crise causada pela pandemia no sistema financeiro global. Entre 2022 e 2023, o Fed elevou a taxa de juros por 11 vezes para conter a inflação nos EUA, que atingiu o pico de 9,2% e desde então vem diminuindo, embora ainda esteja longe da meta de 2% estabelecida pela autoridade monetária.
Resistência da inflação e mercado de trabalho aquecido desafiam o Fed
A resistência da inflação em alguns setores, como alimentos e serviços, tem impedido o início da redução dos juros pelo Federal Reserve. Por outro lado, o mercado de trabalho permanece aquecido, com índices de desemprego historicamente baixos, o que contrasta com a situação de estagnação econômica percebida pela população no dia a dia.
Apesar dos bons resultados da economia americana nos últimos meses, com queda da inflação, crescimento do mercado de trabalho e do índice S&P 500, que atingiu recorde histórico, a percepção de estagnação persiste entre os cidadãos. O setor imobiliário, por exemplo, enfrenta desafios diante dos juros elevados, que têm impactado os preços de venda de casas e inviabilizado contratos de financiamento.
O mercado de trabalho também vive uma contradição, com empresas cautelosas em relação a novas contratações, apesar do aquecimento do setor. O salário médio em crescimento e o aumento dos custos salariais têm feito as organizações repensarem suas estratégias, resultando em uma desaceleração nas contratações em comparação a anos anteriores.
Reação do mercado à postura do Fed reforça expectativas de queda de juros
Ao final da reunião, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, adotou um tom cauteloso em relação à redução de juros, condicionando a decisão a dados futuros que apontem para a diminuição da inflação em direção à meta estabelecida. A menção de três cortes de juros até o fim do ano no comunicado final foi suficiente para gerar otimismo nos mercados, com altas expressivas nos índices acionários e recorde histórico no S&P 500.
A euforia dos investidores reflete a leitura de que, embora não tenha havido anúncio de cortes imediatos, a tendência do Fed é de diminuição das taxas de juros. O Ibovespa, por exemplo, fechou em alta de 1,25%, acompanhando a tendência positiva dos mercados internacionais. O dólar comercial também teve forte queda, encerrando em R$ 4,975, impulsionado pela expectativa de redução das taxas de juros nos EUA.
A interpretação dos analistas é de que o Federal Reserve caminha para iniciar o ciclo de queda de juros, tendo setembro como possível data de início, conforme previsão de Alex Agostini, economista-chefe da agência Austing Rating. A expectativa é de que a economia americana possa finalmente entrar em um novo ciclo, beneficiando diversos setores que aguardam por essa decisão da autoridade monetária.
Fonte: @ NEO FEED
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