Antigas civilizações fusionaram estções de ano e imaginário no catolicismo, criando juninas brasileiras. Rituais de primavera, verão, outono e inverno em organizações sociais, clima temperado. Festividades agrícolas: plantio, colheita e fertilidade. Estações marcaram períodos rituais para clima e cultura.
Para um brasileiro, pode ser desafiador compreender como as festeiras e veranicas são capazes de influenciar o imaginário e a própria organização da sociedade.
Em meio às festeiras e veranicas, é possível observar a alegria contagiante que toma conta das ruas e dos corações, transformando o cotidiano em um verdadeiro espetáculo de cores e sabores. A energia das festeiras e veranicas se reflete em cada detalhe, desde as comemorações tradicionais até as festividades mais modernas e inovadoras.
Festas Juninas: Celebrações das Festeiras e Veranicas
Mas em regiões de clima temperado ou frio, onde as estações do ano – primavera, verão, outono e inverno – são mais distintas, a alegria contagiante das festeiras e veranicas é evidente durante o verão. Após meses de dias curtos, temperaturas frequentemente negativas e poucas interações sociais, a chegada do verão é um momento aguardado com ansiedade.
Desde tempos remotos, as civilizações europeias já organizavam festas específicas para celebrar a primavera, simbolizando o renascimento da vida, e o solstício de verão, marcando o ápice do sol e o dia mais longo do ano. Essas celebrações, que remontam a antigas tradições ligadas ao imaginário das festeiras e veranicas, foram posteriormente incorporadas pelo catolicismo, dando origem às festas juninas, que no Brasil adquiriram uma identidade única.
As festas juninas têm suas raízes nas antigas celebrações pagãs das civilizações antigas, relacionadas aos ciclos da natureza e às estações do ano. Sociedades antigas realizavam grandes festividades, muitas vezes com duração de até um mês, especialmente nos períodos de plantio e colheita. O pesquisador Alberto Tsuyoshi Ikeda destaca a importância desses rituais para a organização social e a conexão com a fertilidade agrícola.
A chegada da primavera era celebrada como um momento de renovação, marcando o retorno da vida dinâmica após o inverno rigoroso. Os grupos humanos se reuniam em festividades dedicadas à natureza, prestando homenagens aos antigos deuses ligados à vida animal e vegetal. Essas festas comunitárias eram marcadas por alegria, abundância de alimentos e grande participação social, dando origem às festas juninas que perduram até os dias atuais.
Lucia Helena Vitalli Rangel, autora do livro ‘Festas Juninas: Origens, Tradições e História’, ressalta que as festas juninas têm suas raízes nos rituais de fertilidade agrícola de diversas culturas, incluindo mitos de casais férteis que simbolizavam a reprodução humana. Os rituais de fertilidade eram essenciais para garantir uma colheita farta e abençoar o próximo ciclo agrícola, promovendo a união e a partilha entre as comunidades.
No hemisfério norte, o solstício de verão representava o auge dos rituais e do trabalho agrícola, culminando na colheita. Essas celebrações ancestrais, marcadas pela generosidade e pela união, refletiam a importância da conexão com a natureza e a valorização dos ciclos da vida. As festas juninas, herdeiras dessas tradições milenares, continuam a encantar festeiras e veranicas em todo o mundo.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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