Polícia Federal declara operação contra criminoso financeiro: organização suspeita de lavagem de dinheiro atingiu bancos, fintechs e instituições financeiras grandes. Movimentações clandestinas de contas, transações suspeitas, regulamentações Banco Central e Coaf investigadas. Autoridades competentes estudam administradoras de cartões de crédito.
A Operação Porteiro realizada pela Polícia Federal (PF) nesta data para desmantelar uma quadrilha suspeita de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro teve como alvo as empresas financeiras FintechBrasil e BancoTech, acusadas de movimentar R$ 10 bilhões em transações ilícitas.
Os crimes financieros e crimes contra o sistema bancário são infrações graves que afetam diretamente a estabilidade econômica do país. A atuação dessas organizações criminosas no setor financeiro pode causar prejuízos incalculáveis para a sociedade. É fundamental que as autoridades estejam atentas e atuem com rigor para coibir tais práticas ilícitas.
Crimes contra Sistema Financeiro: Operação Desmantela Esquema Ilegal
Ambas as fintechs ilegais não possuíam autorização do Banco Central (BC) para operar e estavam alojadas em instituições financeiras renomadas, como o Banco Rendimento e o BS2 (antigo Bonsucesso). A organização criminosa, por meio desses dois bancos digitais, oferecia de maneira explícita contas clandestinas, permitindo transações financeiras clandestinas dentro do sistema bancário oficial. Essas contas eram utilizadas por facções criminosas, empresas em débito trabalhista e tributário, entre outros propósitos ilícitos, de acordo com informações divulgadas pela Polícia Federal.
Segundo a PF, estão sendo executados 10 mandados de prisão preventiva, 7 mandados de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão, emitidos pela 9ª Vara Federal em Campinas, abrangendo os estados de São Paulo e Minas Gerais. As diligências incluem as sedes dos bancos que abrigavam as fintechs ilegais e que não comunicaram o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre transações suspeitas, bem como de empresas administradoras de cartões de crédito.
O Banco Rendimento afirmou que, no momento da operação, não prestava mais os serviços mencionados para a T10 Bank. ‘Estamos colaborando com as investigações’, declarou a instituição, garantindo a conformidade com as regulamentações do BC e demais órgãos competentes. O BS2 (antigo Bonsucesso), por sua vez, não confirmou com qual das fintechs operava, mas afirmou estar cooperando com as autoridades, fornecendo informações sobre movimentações financeiras de um cliente.
A Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) esclareceu que as fintechs envolvidas na investigação não são afiliadas à entidade, reforçando seu compromisso com a ética e a legalidade no setor financeiro. A operação resultou na suspensão das atividades de 194 empresas utilizadas pela organização criminosa para dissimular transações, bem como na suspensão da inscrição de advogados e contadores envolvidos, além do bloqueio de R$850 milhões em contas relacionadas ao esquema criminoso.
De acordo com a PF, as contas clandestinas eram promovidas como seguras por serem ‘invisíveis’ ao sistema financeiro, protegidas contra bloqueios, penhoras e rastreamento. Operavam por meio de contas bolsões, sem conexão entre remetentes e destinatários, e sem vínculo entre correntistas e bancos de hospedagem. A investigação também revelou a existência de movimentações financeiras ilícitas, destacando a gravidade dos crimes contra o sistema financeiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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