Governo anuncia contenção de R$ 15 bilhões em gastos antecipados, abaixo do esperado. Excesso de receita enfrenta problemas pendentes no STF; governo utiliza mecanismos de bloqueio e contingenciamento. (146 caracteres)
O corte de gastos em 2024 foi anunciado antecipadamente pelo governo, devido à valorização do dólar. A medida visa uma contenção de R$ 15 bilhões, impactando diversos setores da economia. A expectativa é que essa ação traga estabilidade financeira, mas somente o tempo dirá se será eficaz.
Por outro lado, há quem questione se esse corte será o suficiente para resolver os problemas econômicos atuais. Muitos acreditam que nenhum valor será capaz de conter a instabilidade do mercado, que está cada vez mais imprevisível. Resta aguardar para ver os desdobramentos dessa decisão nos próximos meses.
Corte de despesas e reprecificação de ativos
Se o mercado for convencido, é provável que haja uma reprecificação significativa dos ativos devido ao salto do dólar. Na quinta-feira, 18 de julho, a moeda norte-americana subiu 1,89%, atingindo R$ 5,58 – o maior valor desde 2 de julho, quando chegou a R$ 5,70. Com esse movimento do dólar, as taxas de juros futuras avançaram quase 2%, com os prazos mais longos retornando a 12% ao ano.
Após a reunião da Junta Orçamentária, que contou com a presença do presidente Lula, o ministro Fernando Haddad anunciou o corte de R$ 15 bilhões, sendo R$ 11,2 bilhões bloqueados e R$ 3,8 bilhões contingenciados em despesas. Esse corte foi explicado como uma medida de contenção de gastos devido ao excesso de dispêndio e à necessidade de ajuste em função da receita, especialmente diante dos problemas pendentes no STF.
Como previsto, o corte de despesas para cumprir as regras fiscais foi realizado por meio de dois mecanismos: bloqueio e contingenciamento. O bloqueio ocorre quando as despesas obrigatórias ultrapassam o limite estabelecido no arcabouço fiscal, enquanto o contingenciamento é adotado quando as receitas não são suficientes para cobrir as despesas, colocando em risco a meta fiscal, que foi fixada em zero para este ano e o próximo.
Uma pesquisa realizada pelo BTG entre 3 e 12 de julho, divulgada em 16 de julho, revelou que a maioria dos participantes do mercado financeiro estimava a necessidade de contingenciamento acima de R$ 10 bilhões para atingir a meta fiscal. No entanto, apenas 15% acreditavam que o governo realmente implementaria um contingenciamento nessa magnitude, com 30% esperando nenhum contingenciamento.
O contingenciamento anunciado foi de R$ 3,8 bilhões, enquanto 63% dos participantes da pesquisa acreditavam que o governo deveria bloquear entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões. No entanto, apenas 30% esperavam que isso de fato acontecesse, sendo que o bloqueio anunciado foi de R$ 11,2 bilhões.
Quanto à meta fiscal de 2024, 30% dos participantes acreditavam que seria cumprida, 24% que não seria cumprida, mas que o governo acionaria os gatilhos sem alterar a meta, e 46% previam uma alteração na meta até o final do ano.
Para 2025, o ministro Fernando Haddad já anunciou o corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, resultado de uma revisão minuciosa em benefícios sociais e previdenciários irregulares. Resta saber se essa intenção se concretizará.
Esse anúncio de corte para 2025 foi bem recebido e teve um impacto decisivo na queda da taxa de câmbio, que passou de R$ 5,70 para cerca de R$ 5,45 em duas semanas. No entanto, há a possibilidade de a moeda atingir R$ 5 ou menos, o que seria condizente com o retorno do título do Tesouro americano de 10 anos, em torno de 4,20%.
Alexandre Mathias, head de research e estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora, lembra que, até abril deste ano, a taxa média do Treasury –
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo