Alunos temem atraso na formatura por excesso de matéria. Interrupção de serviços prejudica inserção no mercado de trabalho, afirmam entrevistados.
Diante da greve de professores e técnicos em 51 universidades e 79 institutos federais, os estudantes estão se preparando para lidar com os possíveis impactos na rotina dessa paralisação em suas rotinas acadêmicas e administrativas. A incerteza causada pela greve gera preocupação, mas também abre espaço para reflexão sobre a importância dos diálogos em momentos de crise.
É essencial que durante uma paralisação, a comunidade acadêmica mantenha o diálogo aberto e busque alternativas para minimizar os transtornos causados pela interrupção das atividades. A colaboração de todos os envolvidos é fundamental para encontrar soluções criativas e construtivas que possam amenizar os impactos da greve e garantir um ambiente acadêmico mais harmonioso e produtivo. Todos juntos, é possível superar os desafios e fortalecer os laços dentro da comunidade educacional.
Impactos na rotina de estudantes devido à greve
Compreendendo as demandas dos funcionários em paralisação, é crucial destacar as preocupações dos estudantes diante da situação. Entre os relatos dos entrevistados pelo g1, observa-se uma crescente inquietação em relação aos impactos na rotina acadêmica. A perda de conteúdo pedagógico é um dos principais temores, especialmente entre os alunos do ensino médio nos institutos federais, que já lidam com defasagens por conta da pandemia.
A perspectiva de um ‘calendário corrido’ após o fim da greve também assombra os estudantes, pois a reposição de aulas durante as férias e o excesso de matéria a ser ensinada em um curto período pós-normalização representam desafios significativos. Além disso, a incerteza em relação à data de formatura gera apreensão, impactando diretamente a inserção no mercado de trabalho formal.
Efeitos da greve na formação e carreira dos estudantes
A questão da demora na obtenção do diploma e a possibilidade de exclusão de processos seletivos para universidades no ano seguinte, como Sisu e Prouni, são aspectos que aumentam a ansiedade dos estudantes afetados pela paralisação. A preocupação com gastos extras e problemas na alimentação também é notável, visto que a indisponibilidade de restaurantes universitários acessíveis pode gerar dificuldades financeiras e nutricionais.
A interferência nos projetos de pesquisa é outro fator crucial a ser considerado, uma vez que a limitação no acesso a bibliotecas e a interrupção de mentorias para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) prejudicam o desenvolvimento acadêmico dos alunos. Ademais, o atraso na concessão de auxílios estudantis devido à paralisação administrativa representa um obstáculo adicional para muitos estudantes que dependem desses recursos.
Diversidade de adesão à greve nas instituições de ensino
É importante destacar que os níveis de participação no movimento grevista variam significativamente entre as instituições de ensino. Nem todos os setores das universidades e dos institutos estão paralisados, o que contribui para cenários distintos de acordo com cada local. Em algumas universidades, apenas parte dos professores adere à greve, enquanto em outras são os técnicos que interrompem as atividades.
Um exemplo é a situação na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde todos os docentes continuam suas atividades, porém o restaurante universitário permaneceu fechado por três semanas e agora opera somente no período noturno, de terça a quinta-feira. Essa realidade afeta diretamente alunos como Luísa Cattabriga, que se vê obrigada a buscar outras alternativas de alimentação devido ao fechamento do restaurante universitário. A falta de empatia com a situação dos estudantes em meio à greve é uma preocupação legítima levantada pela comunidade acadêmica.
A preocupação dos órgãos estudantis com os impactos da greve
Manuella Mirella, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), expressa sua preocupação com os estudantes mais vulneráveis diante da prolongada greve. O atraso na apresentação de propostas para atender às demandas dos grevistas intensifica o risco de evasão dos alunos, dificultando sua permanência na universidade. Enquanto se compreende a necessidade de reformas abrangentes, a urgência da retomada das atividades acadêmicas é ressaltada como essencial para o bem-estar e a formação dos estudantes.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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