Dados vêm de estudo pioneiro em Recife, PE, pela Vital Strategies, em parceria com FrameNet Brasil, que analisou registros médicos de 13 mil mulheres vítimas de violência com inteligência artificial e semiologia em prontuário eletrônico.
O aumento da violência contra as mulheres no Brasil é um tema complexo e multifacetado. Estudos têm demonstrado que a violência pode ter consequências devastadoras para a saúde mental e física das vítimas, levando a um padrão de busca por atendimento médico mais frequente.
Mulheres que já sofreram agressões físicas ou psicológicas podem apresentar sinais de trauma crônico, como ansiedade, depressão e problemas de sono, o que pode levar a mais visitas às unidades básicas de saúde. Além disso, a opressão e a discriminação enfrentadas por essas mulheres podem contribuir para a perpetuação da violência, criando um ciclo difícil de quebrar. A violência não é somente física, mas também pode ser psicológica ou emocional, e é fundamental abordar todos esses aspectos para criar um ambiente de apoio e proteção.
Violência contra a Mulher: Um Ciclo de Agressão e Trauma
Os dados analisados por um estudo inovador feito no Recife (PE) pela Vital Strategies, em parceria com a FrameNet Brasil, revelam uma realidade sombria e opressiva. A análise semântica e inteligência artificial de registros médicos de 13 mil mulheres vítimas de violência no município, no período de dez anos, evidenciam a necessidade urgente de ação para prevenir a subnotificação e o agravamento desses casos.
O Sinan, sistema de informação de agravos de notificação, é gerenciado pelo Ministério da Saúde e secretárias estaduais e municipais de saúde. No entanto, a notificação tardia e a falta de atenção básica são fatores que contribuem para o ciclo vicioso de violência. A proposta do estudo é usar esses dados para identificar sinais de violência precocemente e criar ferramentas para os profissionais de saúde.
A semiologia da violência é complexa e envolve agressão, trauma e discriminação. É necessário entender o que acontece na atenção básica para agir de forma preventiva. A pesquisa destaca que apenas um quinto das notificações de violência contra a mulher é feita pela atenção básica, o que é alarmante. Uma notificação tardia é uma oportunidade perdida em agir para evitar a hospitalização ou morte da mulher.
A violência contra a mulher é um problema grave que afeta milhões de pessoas. É necessário criar ferramentas que ajudem os profissionais de saúde na identificação dessas vítimas o mais cedo possível para prevenir o agravamento. Um estudo anterior feito pela Vital Strategies em Goiânia (GO) mostrou que entre as mulheres que tiveram casos de violência notificados e encaminhados para algum serviço, o risco de morte caiu em média 60%.
Os dados do prontuário eletrônico de pacientes atendidas na atenção primária à saúde foram anonimizados para a realização do estudo. A partir dessas informações, é possível criar estratégias eficazes para reduzir a subnotificação e prevenir o agravamento da violência contra a mulher. É hora de agir e criar um futuro mais seguro para as mulheres.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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