Saldo do Dia: Economia dos EUA forte, sem cortes de juros previstos. Estrangeiros deixam o Brasil, buscando melhor renda fixa nos EUA e na bolsa.
A primeira semana de abril chegou ao fim e já estamos nos perguntando se ainda estamos em março. Ou fevereiro. Ou janeiro. O principal índice da bolsa mudou de mês, mas continua seguindo a mesma direção. Enquanto isso, nos Estados Unidos, os indicadores econômicos continuam mostrando uma situação que não demanda cortes de juros.
Enquanto nos preparamos para a segunda semana do abril, fica a expectativa para ver se haverá alguma mudança significativa nos mercados. A volatilidade parece ser a palavra de ordem ultimamente, então é importante estar atento às oscilações. Em meio a tantas incertezas, a única certeza é que a paciência será fundamental para navegar por esses tempos turbulentos.
Primeira semana de abril com movimentações no mercado financeiro
Aqui no Brasil, um atrás do outro, estrangeiros estão buscando alternativas melhores tanto na renda fixa americana quanto na bolsa. Com a queda desta sexta-feira (5), o Ibovespa acumulou uma baixa de 1,02% apenas nesta primeira semana de abril, chegando a 126.795 pontos. Este ano, a queda já chega a 5,51% até o momento.
Movimentações na Petrobras e no mercado financeiro
Entre as 86 ações, as da Petrobras se destacam pelas incertezas do último pregão. Os dividendos extraordinários serão pagos? Jean Paul Prates será substituído por Aloizio Mercadante ou se manterá no comando da estatal? São questionamentos sem respostas definitivas até o momento, porém o papel conseguiu se manter relativamente estável. As ações ordinárias tiveram uma alta de 0,20%, enquanto as preferenciais subiram 0,58% durante a semana, impulsionadas pelos maiores preços do petróleo desde outubro.
Carteira teórica movimenta bilhões no mercado brasileiro
A carteira teórica mais conhecida do Brasil movimentou R$ 16 bilhões, registrando uma queda de 11% em relação à média diária de R$ 18 bilhões em 2024. A atração americana continua atraindo investidores, com o dólar apresentando uma alta diária de 0,29% e uma mensal de 0,99%, chegando a R$ 5,06, o maior valor em seis meses.
Impacto do mercado de trabalho americano nas finanças
O mercado de trabalho americano voltou a surpreender, com números consolidados do mês de março indicando a criação de novas vagas de emprego acima das expectativas. A economia americana segue em um ritmo acelerado, tornando ainda mais desafiada a tarefa de controlar a inflação, que atualmente está em 3% ao ano. A Ferramenta CME FedWatch aponta que os investidores estão divididos em relação à possibilidade de um corte de juros em junho, com 46% de chances, enquanto a probabilidade de nenhum corte nos próximos meses subiu para 51%.
Expectativas para a próxima semana: inflação e Selic
O mercado está atento ao índice de preços ao consumidor da semana que vem, onde uma alta mensal de 0,3% ou mais poderá impactar negativamente. Se esse ritmo se mantiver nos próximos 12 meses, a inflação acumulada poderá chegar perto dos 4%, o que poderia adiar qualquer corte de juros nos Estados Unidos. Enquanto isso, no Brasil, a projeção é que a Selic encerre o ciclo de cortes em 10%, e não mais em 9,75% como anteriormente estimado.
Os prêmios em contratos de curto prazo estão ligados às expectativas dos investidores para a Selic, com as taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 e 2034 apresentando variações ao longo da semana e influenciadas pela incerteza relacionada ao risco fiscal do governo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo