Criptomoeda soa como candidata a vitória, com alta de mais de 100% em 2024, incorporada por fundos multimercados, como um ativo de investimento.
Em um movimento considerado planejado para enfrentar a incerteza das eleições americanas, a Verde Asset decidiu investir em bitcoin, ativo que tem sido objeto de debate nos últimos tempos entre investidores. A decisão da Verde Asset de investir no criptoativo para surfar a onda de Donald Trump durante as eleições americanas surpreendeu parte do mercado local.
Para alguns analistas, a escolha de investir em ativos digitais como o bitcoin, entre outras opções, atende aos objetivos de diversificação de portfólios e otimização de performance dos investimentos. A criptoatualidade de moedas virtuais e criptoativos tem vindo a crescer, trazendo novas oportunidades para os investidores, que buscam por ativos que prometem volatilidade e potencial de crescimento.
Investidores Prevalecem no Mercado Cripto
Nos últimos meses, o mercado cripto vivenciou um boom impressionante, impulsionado em grande parte pelo eleitorado norte-americano. Depois de Trump ser eleito, seu partido conseguiu a maioria nas casas legislativas, o que levou a um aumento significativo no preço da criptomoeda, consequentemente aperfeiçoando a performance da gestora de Luis Stuhlberger. Em novembro, mês da vitória de Trump, o principal fundo da Verde registrou seu melhor desempenho no ano, com um retorno de 3,29%.
Antes, Trump era crítico ao papel das criptomoedas na economia, mas, após a eleição, tornou o bitcoin uma de suas principais bandeiras eleitorais, gerando expectativas sobre políticas pró-cripto em seu novo governo. Suas nomeações estratégicas, como Paul Atkins para a SEC e Scott Bessent para o Tesouro, reforçaram o otimismo.
Por conta disso, o bitcoin atingiu sua máxima histórica de US$ 108 mil em 17 de dezembro. Já há quem projete uma alta ainda maior: Eric Trump, filho do presidente eleito, estima que o ativo pode chegar a US$ 1 milhão. No entanto, desde então, o bitcoin entrou em queda e hoje está cotado a US$ 95.867. No ano, no entanto, a alta é de 116,87%. O desempenho descorrelacionado do mercado brasileiro tornou o bitcoin uma aposta atraente.
Estudos acadêmicos, conduzidos por instituições como Fecap, FGV e UFF, já apontavam nos últimos anos para os benefícios da inclusão do bitcoin em carteiras de ativos brasileiras. Com o aumento das dificuldades para se alcançar retornos expressivos no mercado local e os resgates em fundos multimercados ultrapassando R$ 100 bilhões no ano, essa estratégia ganhou ainda mais relevância.
Quem se antecipou à tendência, colheu os frutos. Esse foi o caso do fundo Money Rider, da Empiricus, que acumula retorno de 44% no ano. O gestor João Piccioni atribui 10 pontos percentuais desse desempenho às posições em cripto. ‘A ideia de incluir uma posição robusta em bitcoin surgiu em junho de 2023. Percebemos que a adoção seria um caminho sem volta e alocamos 10% do fundo. Ainda havia o halving previsto para 2024. Com a entrada do investidor institucional, o bitcoin disparou’, diz Piccioni.
A entrada de investidores institucionais ganhou força especialmente nos EUA, antes mesmo das expectativas pró-cripto da campanha de Trump. Um marco foi a aprovação pela SEC de ETFs de bitcoin à vista, como o IBIT, da BlackRock, que captou mais de US$ 2 bilhões em duas semanas. Atualmente, o fundo possui US$ 55,7 bilhões em bitcoin. Mais recentemente, a BlackRock passou a recomendar uma alocação de até 2% em bitcoin como forma de melhorar a relação risco-retorno.
‘O IBIT superou os principais lançamentos de ETFs da história. Isso criou um ciclo no qual os institucionais, se ainda não alocaram, estão ao menos considerando ter algum recurso para avaliar esse mercado, seja um analista, um consultor ou por meio de parcerias para melhorar o entendimento’, afirma Felipe Amoeda, especialista em cripto da gestora global HMC.
No Brasil, os ETFs relacionados a cripto existem desde 2021 e estão entre os mais populares na bolsa. O HASH11, pioneiro no país, é o segundo com maior número de cotistas, atrás apenas do IVVB11, atrelado ao principal índice de ações dos Estados Unidos.
Fonte: @ NEO FEED
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