Magistrado votou contra proteção, ignora assédio adolescente por professor: “Ego precisava atenção”, discurso, feminismo. Colegiado ignora piscadas, olhadas, malícia. (141 caracteres)
Em audiência na 12ª vara Cível do TJ/PR, ao discutir um caso de medida protetiva a garota de 12 anos que se sentiu assediada por professor, o juiz Luis Cesar de Paula Espindola, que já foi condenado pela lei Maria da Penha, questionou o ‘discurso feminista‘ e declarou que ‘as mulheres estão loucas atrás dos homens’.
No segundo parágrafo, o magistrado reforçou sua posição, destacando a importância de se analisar cada situação de maneira imparcial e justa, independentemente de gênero. A atuação do desembargador gerou debates acalorados nas redes sociais, com opiniões divergentes sobre suas declarações polêmicas.
Juiz e suas decisões controversas
O juiz foi condenado em março de 2023, pelo STJ, por agressão à irmã, mas a Corte permitiu a volta dele ao cargo. Ele também já foi absolvido de denúncia por lesão corporal contra uma dona de casa, sua vizinha, após a vítima e as testemunhas não comparecerem a depoimento. Agora, atuante em casos de Direito de Família, o juiz votou contra a concessão de medida protetiva a criança de 12 anos para que professor não tenha contato com ela e proferiu falas absurdas sobre mulheres, afirmando que elas é que estão ‘assediando homens hoje em dia’.
Decisão polêmica do magistrado
No caso, o professor pediu o contato e mandou mensagem para menina de 12 anos no horário da aula, elogiando-a e pedindo para ela não contar a ninguém. A menina apresentou comportamento estranho e não quis mais ir a aula. Segundo depoimento, a criança não falava para a mãe o que estava acontecendo, e como não podia faltar, ia para a escola e ficava no banheiro. Após acompanhamento psicológico, o caso foi revelado e a menina afirmou que o professor proferia piscadas e olhadas maliciosas, se sentindo assediada.
Desembargador em destaque
O desembargador Luis Cesar de Paula Espindola divergiu, considerando absurdo ‘estragar a vida desse professor’ e dizendo que o caso se tratava de ‘ego de adolescente’ que ‘precisava de atenção’. Ao ter o discurso confrontado por uma mulher do colegiado, que ressaltou a violência contra a mulher nos dias atuais e a importância da palavra da vítima, o desembargador criticou o ‘discurso feminista’. Para o juiz, ‘a coisa chegou a um ponto hoje em dia que as mulheres estão assediando’.
Repúdio à postura do desembargador
Em nota, a OAB/PR classificou como ‘odiosa’ e ‘estarrecedora’ a manifestação do desembargador. A Ordem ainda ressaltou que as falas são discriminatórias e expressam elevado grau de desconhecimento sobre o protocolo para julgamento com perspectiva de gênero, de cumprimento obrigatório pelos magistrados e tribunais. Revelam ainda profundo desrespeito para com as mais recorrentes vítimas de todo o tipo de assédio.
Fonte: © Migalhas
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