Nesta terça-feira, o Marco Civil da Internet faz dez anos, um marco inovador afetado pela mudança da dinâmica e avanço tecnológico.
No último dia 23 de abril, o Marco Civil da Internet celebrou uma década de existência. Reconhecida por sua inovação, abrangência e complexidade em 2014, a legislação foi impactada pela evolução tecnológica acelerada e pelas transformações na dinâmica das redes sociais ao longo dos anos. Atualmente, trechos deste marco legal estão sendo debatidos em diferentes esferas, como o Supremo Tribunal Federal e o Legislativo, refletindo a necessidade de adaptação às novas demandas da era digital.
O debate em torno do Marco Legal da Internet também abrange questões como o regulamento das plataformas, que se tornaram peças-chave no cenário online. A interação entre os dispositivos digitais e a sociedade demanda uma constante revisão e atualização das normas para garantir a segurança e a privacidade dos usuários. Nesse contexto dinâmico, a harmonização entre a legislação existente e as novas realidades online se torna essencial para promover um ambiente digital saudável e equilibrado, capaz de acompanhar as rápidas mudanças do mundo virtual.
Nesta terça-feira: Reflexões sobre o Marco Civil da Internet
O Marco Civil da Internet, principalmente o polêmico artigo 19, tem sido o centro de debates e discussões em diversas esferas. Este artigo estipula que as empresas de tecnologia só podem responder por conteúdos de terceiros em caso de descumprimento de decisão judicial para remoção de postagens. No entanto, o artigo 21 traz uma exceção importante: situações de violação da intimidade, como a divulgação de cenas íntimas sem autorização.
A evolução da dinâmica online e o avanço tecnológico trouxeram à tona questões cruciais sobre a regulamentação das plataformas digitais. O texto do Marco Legal da Internet está sob escrutínio, com críticas de especialistas como o advogado Omar Kaminski. Para ele, a exigência de decisões judiciais específicas para remoção de conteúdo pode beneficiar mais as grandes empresas de tecnologia do que os usuários finais.
O debate em torno do Marco Civil da Internet reflete um entendimento antigo, que inicialmente era visto de forma positiva pela comunidade jurídica e digital. A isenção de responsabilidade das plataformas era considerada essencial para evitar a censura e a judicialização excessiva. No entanto, ao longo do tempo, essa interpretação foi distorcida, com as empresas abusando do argumento de censura e descumprindo decisões judiciais.
O aumento vertiginoso de discurso de ódio e fake news nas redes sociais nos últimos anos colocou em xeque a eficácia do Marco Civil da Internet. As discussões no Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade do artigo 19 evidenciam a necessidade de revisão e atualização das leis civis que regem a internet.
Além disso, no âmbito legislativo, surgem propostas como o PL das Fake News, que busca regular a moderação de conteúdo nas plataformas digitais. No entanto, esse projeto enfrenta desafios e pode ser reformulado em um novo formato, refletindo a complexidade do tema em meio à polarização política.
Por outro lado, o anteprojeto de reforma do Código Civil também tem impacto direto no debate acerca do Marco Civil da Internet. Com a proposta de revogação do artigo 19, o texto sugere uma atualização necessária para adaptar a legislação à realidade atual da internet. O professor Ricardo Campos destaca a obsolescência do artigo 19, que reflete uma era da internet que já não condiz com a atualidade.
Fonte: © Conjur
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