Presumivelmente gay, Moisés Spilere lidera Caravaggio FC, equipe da segunda divisão do Campeonato Catarinense. Negativa repercussão sobre clube: imagem prejudicada, preconceito. Formação mais profissional em rotina, trabalho. Metalúrgico gestão, LGBTQIA+ comunidade, jovens talentos. Exemplos de jogadores: comissão técnica, dirigentes. Superar barreiras, desenvolvimento. Segunda divisão, Campeonato Catarinense.
Moisés Spilere assumiu a presidência do Caravaggio FC em 2023 e teve que lidar com desafios além da desconfiança sobre quem está assumindo o cargo mais importante de um clube pela primeira vez. Moisés, com sua determinação e visão, rapidamente começou a implementar mudanças significativas na estrutura do clube.
A repercussão de suas ações foi imediata, gerando preocupação em alguns setores, mas Moisés estava focado em seu trabalho. Sua espera era que suas iniciativas pudessem diminuir o preconceito existente e abrir novas portas para o Caravaggio FC. Com um histórico de sucesso em processos de transformação, Moisés sabia que levaria um certo tempo para que sua imagem como presidente fosse plenamente aceita.
Moisés: Uma História de Superação e Luta no Futebol Brasileiro
O dirigente Moisés é assumidamente gay, o que tornou sua eleição algo histórico no futebol brasileiro. Nos bastidores da equipe de Nova Veneza, no interior de Santa Catarina, a homossexualidade de Moisés não era segredo. Sua eleição teve uma repercussão maior do que a esperada.
Moisés compartilhou: ‘O futebol segue sendo um esporte com um preconceito grande. Ficaram preocupados com a repercussão negativa no clube. E não foi só preocupação com a imagem do clube, foi um pouco de preconceito. Dentro desse processo, foi o que mais me incomodou.’
O caminho de Moisés até assumir o Caravaggio, que hoje disputa a segunda divisão do Campeonato Catarinense, foi completo. De torcedor, virou tesoureiro; depois, vice, até chegar à presidência do clube – e virar também o primeiro comandante de um clube profissional do Brasil a se declarar gay.
Moisés, com formação em economia e trabalho em uma empresa do ramo metalúrgico, descreve sua rotina como ‘corrida’. Ele divide seu tempo entre o emprego formal e a presidência do Caravaggio. ‘Venho para cá (ao clube) duas ou três vezes por dia. No final da manhã, venho para cá 10h30, 11h, resolvendo alguns problemas em todas as áreas. No final da tarde, volto, participando dos treinamentos, assinando documentos, contrato de jogador… O dia todo tentando colocar o clube dentro da gestão mais profissional possível.’
Com seu trabalho no clube catarinense, Moisés espera derrubar barreiras para a comunidade LGBTQIA+ no futebol. Ele destaca: ‘Uma pessoa LGBT que não tenha sofrido qualquer tipo de preconceito não existe. A gente sofre quase que diariamente. Se a gente considerar um jovem hoje, com um talento absurdo para o futebol, ele vai se descobrir uma pessoa LGBT lá para os 13, 14 anos, ele não vai conseguir se desenvolver dentro de um clube futebol hoje.’
Moisés continua: ‘A gente espera com isso estar abrindo portas para muitos LGBT que gostam de futebol e acabam tendo o talento desperdiçado, não só como jogadores, mas comissão técnica, dirigentes, por causa dessa barreira que ainda existe e a gente espera tentar diminuir com o tempo.’
Em campo, o Caravaggio ocupa a terceira colocação, com sete pontos, após cinco rodadas da primeira fase da segunda divisão do Catarinense. O sonho de Moisés é chegar à elite, mas ele também almeja servir como inspiração para outras pessoas.
Fonte: @ ESPN
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