Passageiros se revoltaram com atitudes da suspeita que fez comentários homofóbicos e xenófobos no setor de desembarque regional da PF, onde um engenheiro civil e empresário discutia migração de africanos.
Uma passageira foi detida pela Polícia Federal ao chegar a Montes Claros, em Minas Gerais, após ser acusada de fazer comentários racistas e ofensivos durante um voo da Latam que partiu de São Paulo na manhã de segunda-feira (30). A mulher foi identificada e levada para prestar depoimento.
A Polícia Federal investiga se os comentários feitos pela passageira configuram crimes discriminatórios e preconceituosos. Além disso, também será avaliado se os comentários xenofóbicos e homofóbicos podem ser enquadrados como crimes. A passageira pode responder por crimes de discriminação e incitação à violência, caso seja comprovada a autoria dos comentários racistas. A investigação está em andamento e a Polícia Federal não descarta a possibilidade de outras pessoas terem sido envolvidas.
Passageiros se revoltam contra atitudes racistas em voo
Vários passageiros se indignaram com as atitudes discriminatórias e preconceituosas de uma mulher em um voo que pousou em um aeroporto no norte de Minas Gerais. Ao sair do aeroporto, a suspeita, identificada como Sheila Rodrigues da Silva, e testemunhas foram conduzidas à regional da Polícia Federal (PF) no município para prestar depoimento.
A farmacêutica e empresária Lanna Danniery Bastos Araújo França, 29, relatou que a passageira a ofendeu fazendo referências ao seu cabelo, chamando-o de ‘duro e pixaim’. O marido dela, o engenheiro civil e empresário João Vitor de Melo França, 30, gravou um áudio que atribui à suposta agressora. Nessa gravação, é possível ouvir uma mulher dizer: ‘Cabelo duro, nossa! Tem que ir no meu salão de beleza e ver o cabelo liso que eu tenho, porque nossa, nem preciso fazer escova. É a raça, né, pedigree’. França disse que a mulher também o chamou de gordo várias vezes.
Afirmou, ainda, que a suposta agressora criticou a migração de africanos para a Itália, onde ela disse residir, e que naquele país os africanos não roubavam por temer as leis italianas. Em outro trecho da viagem, ela também teria dito que era preciso dizimar os gays, segundo outro passageiro que preferiu não se identificar. Esses comentários racistas, homofóbicos e xenofóbicos geraram revolta entre os passageiros.
Passageiros protestam contra a passageira
A reportagem estava no voo e acompanhou o momento em que França começou a protestar contra a passageira assim que a aeronave pousou, seguido por outros passageiros. Ao ser abordada pela reportagem na saída do aeroporto, a mulher negou que tenha feito comentários racistas, homofóbicos ou xenofóbicos. Até o meio da tarde, a suposta agressora e as vítimas permaneciam na regional da PF em Montes Claros.
Policiais ouvidos pela reportagem disseram que Silva poderia ser indiciada por injúria racial. Procurada, a Latam afirmou que solicitou apoio da PF ‘para realizar o desembarque de uma passageira do voo LA3398 (São Paulo/Guarulhos-Montes Claros) na manhã desta segunda-feira (30), em função de comportamento indisciplinado’. A empresa reforçou que repudia veementemente qualquer tipo de ofensa e reitera que qualquer opinião que contrarie o respeito não reflete os valores e os princípios da empresa.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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