Estudo em USP: dor cervical crônica piora ao longo do tempo, condições relacionadas incluem alterações funcionais da musculatura craniocervical, esplênio, escaleno anterior, lateral e rotação. Tratamento: medicação + fisioterapia.
Mulheres com cefaleia e dor cervical crônica apresentam mudanças funcionais nos músculos do pescoço. Em média, suportam 50% menos tempo nos testes de força, resistência e pressão nessa área do que as pacientes sem essas condições. Essas descobertas ressaltam a importância de abordagens terapêuticas específicas para mulheres com cefaleia e dor cervical crônica.
Para as mulheres que sofrem de enxaqueca, é fundamental buscar tratamentos que visem não apenas aliviar a dor, mas também melhorar a função muscular do pescoço. A atenção especial a esses aspectos pode contribuir significativamente para a qualidade de vida das pacientes, permitindo uma maior participação em atividades diárias. Portanto, a identificação precoce e o manejo adequado da cefaleia e da dor cervical crônica são essenciais para promover o bem-estar das mulheres afetadas.
Mulheres com cefaleia: Estudo sobre a Musculatura Craniocervical
Além disso, nos estudos realizados na Universidade de São Paulo (USP), foi observado como a musculatura craniocervical em mulheres com cefaleia fica mais fatigada do que em indivíduos sem enxaqueca. Destaca-se o esplênio e o escaleno anterior, músculos superficiais do pescoço envolvidos na flexão lateral e rotação. Essas descobertas sugerem a importância de considerar a dessensibilização da região cervical nos tratamentos para enxaqueca, combinando medicação e fisioterapia para melhores resultados no manejo da dor. Os resultados da pesquisa foram publicados no European Journal of Pain.
A pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e liderada pela professora Débora Bevilaqua Grossi, do Ambulatório de Fisioterapia em Cefaleia e Disfunção Temporomandibular (DTM) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), destaca que mulheres com enxaqueca têm 12 vezes mais dor no pescoço do que aquelas sem dores de cabeça. Mesmo na ausência de queixas, a avaliação do sistema craniocervical é fundamental para investigar sintomas como dor no pescoço, face, mastigação, ouvido e ombro.
Débora ressalta a importância de questionar sobre dores musculoesqueléticas periféricas em mulheres com enxaqueca. Ela enfatiza a necessidade de aliar medicamentos à fisioterapia para aliviar a sobrecarga muscular e obter resultados mais rápidos no tratamento. A neurologista Fabíola Dach, coautora do estudo, destaca a importância de ganhar força e amplitude de movimento para reverter o quadro de fraqueza muscular em pacientes com enxaqueca.
Dor crônica: Impacto da Cefaleia nas Mulheres
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais da metade da população pode experimentar algum tipo de cefaleia em algum momento da vida. Quando a dor de cabeça ocorre por mais de 15 dias por mês, o paciente é considerado crônico. Existem mais de 250 tipos de dor de cabeça, incluindo a enxaqueca, uma das condições mais incapacitantes globalmente, afetando a qualidade de vida das mulheres, inclusive no ambiente de trabalho.
Débora destaca que mais de 70% das mulheres com enxaqueca apresentam dor cervical, o que pode reduzir a eficácia dos tratamentos medicamentosos. A dor no pescoço está associada a um maior risco de cronicidade e pode afetar a resposta aos medicamentos. Se não tratada adequadamente, a sensibilização da musculatura cervical e facial pode cronificar a dor, tornando as crises mais frequentes e intensas para as mulheres com enxaqueca.
Fonte: @ Veja Abril
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