Documento europeu amplia avaliação de entidade, considera IMC e outros indicadores de saúde: IMC calculado, proporção cintura/quadril, adiposidade total, relação alterada, excesso de adiposidade, precisos parâmetros. Pacientes com IMC acima de 25 e maioria de grande circunferência abdominal.
A obesidade é um problema de saúde pública que atinge mais de 1 bilhão de indivíduos em todo o mundo, e suas implicações têm sido amplamente discutidas. Recentemente, a Sociedade Europeia para o Estudo da obesidade (AESO) divulgou um estudo inovador na revista científica Nature, sugerindo abordagens revolucionárias para o manejo da condição.
No entanto, a questão do sobrepeso também é crucial quando se trata de saúde e bem-estar. É fundamental abordar não apenas a obesidade, mas também o sobrepeso de forma abrangente, a fim de promover hábitos saudáveis e prevenir complicações relacionadas à saúde.
Impacto da Obesidade na Abordagem Médica
As mudanças propostas têm o potencial de revolucionar a maneira como a medicina encara a obesidade, uma condição que afeta aproximadamente 20% da população brasileira, conforme indicado pela Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). A obesidade é atualmente categorizada principalmente com base no Índice de Massa Corporal (IMC), que é obtido dividindo o peso da pessoa pela sua altura ao quadrado.
A classificação padrão considera um IMC entre 25 e 29,9 como sobrepeso e acima de 30 como obesidade. No entanto, críticas têm sido direcionadas a essa abordagem por sua simplicidade e por não levar em conta outros fatores relevantes, como a distribuição de gordura corporal, especialmente na região abdominal, e a presença de condições de saúde como diabetes e hipertensão.
Propostas para uma Avaliação Mais Abrangente
A proposta da AESO, baseada em um documento europeu, sugere uma abordagem mais holística e embasada em evidências para a classificação da obesidade. Em vez de depender exclusivamente do IMC, a AESO recomenda considerar outras medidas, como a relação cintura/quadril e a adiposidade total.
Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), destaca a importância de diagnósticos mais abrangentes e precisos. Ele ressalta que pessoas com IMC acima de 25, atualmente classificadas como com sobrepeso, poderiam ser diagnosticadas com obesidade com base em outros parâmetros, como a relação cintura/quadril alterada ou o excesso de adiposidade.
Novos Parâmetros para Identificação da Obesidade
Segundo o endocrinologista Bruno Halpern, presidente da Abeso, a nova diretriz representa uma inovação ao ampliar os critérios de diagnóstico para a obesidade em pessoas de ascendência europeia. Indivíduos com IMC acima de 25 e circunferência abdominal aumentada agora são considerados em maior risco.
A diretriz destaca a importância de considerar não apenas o IMC, mas também a circunferência abdominal em relação à altura. Esses parâmetros mais precisos permitem uma avaliação mais completa do paciente e das potenciais ameaças à saúde, garantindo um tratamento adequado para aqueles em situação de obesidade.
Nova Perspectiva no Controle da Obesidade
Além das recomendações da AESO, a SBEM e a Abeso publicaram uma nova diretriz que propõe uma classificação adicional com base no histórico de peso máximo alcançado e na porcentagem de perda de peso obtida. Essa abordagem oferece uma perspectiva renovada para o manejo clínico da obesidade, destacando os benefícios de uma perda de peso moderada e auxiliando pacientes e profissionais de saúde a focarem na melhoria da saúde e qualidade de vida.
Fonte: @ Veja Abril
Comentários sobre este artigo