Avaliação aborda gastos do sistema socioeducativo em ações cotidianas, uso de recursos, impactos devastadores, punição de adolescentes, burocracia, encarceramento e custos de tribunais.
Um relatório assinala que a proibição das drogas tem impactos devastadores para os jovens negros e da periferia, além de financiar o sistema de justiça, que é mais caro do que alguns ministérios do governo federal. O estado da Bahia gasta mais do que o Rio de Janeiro no combate às drogas, com R$ 1,73 bilhão em 2020.
Em 2020, a Bahia gastou R$ 1,73 bilhão em combate às drogas, mais do que o Rio de Janeiro, que investiu R$ 1,45 bilhão. O estado com maior despesa foi o Rio Grande do Sul, com R$ 2,6 bilhões.
Combate às drogas: R$ 1 bilhão gasto em privação de liberdade de adolescentes
O uso de recursos públicos para combater o tráfico de drogas em São Paulo e outros cinco estados resulta em uma distribuição desigual de verbas, priorizando a repressão sobre a educação. A Escola Estadual Professora Isabel Cristina Fávaro Palma, em Tejupá, interior paulista, custou R$ 5,5 milhões. Nesse contexto, 679 escolas poderiam ter sido construídas com o valor gasto no combate às drogas no ano passado em São Paulo, o que aumentaria para 954 estabelecimentos de ensino ao incluir outros estados, como Bahia, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Santa Catarina e Pará.
A pesquisa Efeito Bumerangue: o Custo da Proibição das Drogas, apontou que R$ 7,7 bilhões gastos por São Paulo poderiam ser usados para manter 396 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) durante um ano, caso fosse considerado Bahia, que gastou mais do que o Rio de Janeiro. Além disso, Distrito Federal, Santa Catarina e Pará também poderiam ter estabelecimentos de saúde mantidos com essa verba. Notícias relacionadas Jovens se livram de internação e processo fazendo rap no RS Baixada Fluminense tem 4 operações policiais por dia, diz relatório 1 fuzil custa 36 mil merendas: campanha quer desinvestimento na polícia É importante ressaltar que os dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) consideram custos do Ministério Público, Defensoria, Tribunal de Justiça, entre outros. A maioria das informações foi obtida por meio da Lei de Acesso à Informação. Resultados compõem o quadro de gastos.
A maioria das informações foi obtida por meio da Lei de Acesso à Informação. A pesquisa denuncia que não existem informações oficiais sobre o custo das operações policiais, o que subestima o valor total do real impacto da implementação da Lei de Drogas. ‘A guerra às drogas se assemelha a uma jogada de bumerangue amadora e sem estratégia, mas o objeto aqui é um montante bilionário de dinheiro público, que se volta contra a população, com impactos devastadores, principalmente para a juventude negra e periférica’, afirma Julita Lemgruber, coordenadora do CESeC e do projeto Drogas: Quanto Custa Proibir.
Fonte: @ Terra
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