Polícia Federal interceptou diálogos suspeitos sobre churrasco, picanha, folhas, analisar rápido. Judiciários discutiram posição, correr atrás de carne, negociações de HC. Mencionou “menino” durante plantão.
Segundo informações divulgadas pelo @metropoles, diálogos captados pela Polícia Federal (PF) revelam a existência de um possível esquema de venda de sentenças no gabinete do desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Os suspeitos utilizavam termos como ‘churrasco’, ‘carne’ e ‘picanha’ como códigos para transações de propina destinadas ao magistrado em troca de decisões favoráveis. A Operação Churrascada, desencadeada pela PF a mando do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), resultou na busca e apreensão no escritório de Ivo de Almeida, que também foi afastado de suas funções por um ano.
O envolvimento em um esquema de venda de sentenças é um grave indício de corrupção no esquema judiciário. A utilização de termos como ‘churrasco’ para se referir a pagamentos de propina revela a complexidade e a dissimulação presentes nesse tipo de prática ilícita. A atuação da Polícia Federal e do Superior Tribunal de Justiça demonstra a importância de combater e punir a corrupção em todas as esferas, garantindo a integridade e a confiança no sistema judiciário brasileiro.
Esquema de Venda: Pedido de Prisão Negado e Mensagens Comprometedoras
Um pedido de prisão foi negado pela defesa, que aguarda acesso ao processo para reestabelecer a verdade e a Justiça. As mensagens encontradas nos celulares dos investigados revelaram diálogos intrigantes. Entre os envolvidos, o guarda municipal Wellington Pires, o advogado Luiz Pires Moraes Neto e Valmi Lacerda Sampaio (falecido em 2019), amigo do desembargador. Ivo de Almeida foi mencionado como alguém influenciado pelo grupo.
Nos diálogos, Valmi era responsável por marcar datas de ‘churrasco‘, codinome para plantões judiciários nos quais Ivo de Almeida despacharia, garantindo que pedidos chegassem ao desembargador quando o relator natural estivesse ausente. Em uma mensagem de 2018, Valmi menciona um churrasco para o dia 23/08. Posteriormente, Wellington fala sobre uma picanha em São Roque, pedindo pressa para analisar documentos.
Wellington compartilha a execução de pena de uma mulher condenada por furto de R$ 3 milhões. Luiz Pires pergunta sobre uma posição e menciona correr atrás da carne. Há menções a um pagamento em um posto de gasolina ligado a Valmi. A Procuradoria-Geral da República não esclareceu se houve decisões favoráveis de Ivo de Almeida.
Após a morte de Valmi, Wilson Vital Menezes Junior assumiu como interlocutor de Ivo de Almeida, se apresentando como ‘filho’ de Valmi. Diálogos recentes sugerem mudanças de decisões do desembargador em troca de propina. Negociações envolvendo Adormevil Vieira Santana, condenado por roubo e estelionato, são discutidas, incluindo um suposto pagamento para beneficiar o desembargador.
Os advogados mencionam a venda de obras de arte da família de Adomervil para fazer pagamentos ao magistrado. Adomervil recebeu prisão domiciliar, apesar de cumprir pena em regime fechado. A PGR aponta que a decisão favoreceu seletivamente o acusado e entra em contradição com o histórico do desembargador. A PF descobriu evidências de um esquema de venda envolvendo decisões judiciais.
Fonte: © Direto News
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