Não creio em mercados financeiros globais assim. Avaliações atuais de realizações e preços, riscos geopolíticos e políticos, longo/médio prazo, ativos, desempenho econômico. Não ignore reversos, guerra, sell, off.
Nos mercados financeiros, a volatilidade é uma constante que desafia investidores e analistas. A oscilação dos preços das ações, títulos e demais ativos torna o ambiente propício para estratégias de curto e longo prazo. Acompanhar as notícias e tendências nos mercados financeiros é essencial para tomar decisões informadas e maximizar os retornos.
Na bolsa de valores, a dinâmica dos mercados de ações reflete a interação entre oferta e demanda, influenciada por uma série de fatores econômicos e geopolíticos. Os investidores buscam oportunidades de lucro, enquanto as empresas buscam captar recursos para financiar seu crescimento. Em meio a esse cenário complexo, a compreensão dos mercados financeiros se torna cada vez mais crucial para quem deseja navegar com sucesso nesse universo desafiador.
Mercados Financeiros: Reflexões sobre o Comportamento Atual
Como me ensinara meu extraordinário professor de português no 2º grau, atual ensino médio, Válter Estelita, o verbo ‘ser’ é para indicar uma característica permanente e o ‘estar’ para temporária. Por exemplo, eu ‘sou Flamengo’, ao invés de eu ‘estou Flamengo’. Já em inglês posso escrever ‘I’m happy to be a Flamengo fan’, as duas situações com um único verbo. Começo a coluna desse jeito pois me recuso a acreditar que os mercados financeiros globais ‘sejam’ dessa maneira, que atualmente se comportam.
Já faz algum tempo em que assistimos aos ativos de risco praticamente ignorarem questões (gravíssimas) geopolíticas ou mesmo políticas. Refiro-me, por exemplo, às guerras entre Rússia X Ucrânia, Israel X Hamas, a (recente) Israel X Hezbollah, a tentativa de assassinato de Donald Trump, as eleições americanas de novembro e por aí vai. Vejam que, agora, Moscou subiu o tom contra o ocidente, em relação à ajuda que os países estariam oferecendo no conflito contra os ucranianos.
Esses ativos, sobretudo as ações, sobem quase que ininterruptamente, como se essas situações não ensejassem que o que vem acontecendo possa escalar para um conflito de grandes dimensões, que provoque uma desaceleração importante das economias mundo afora, inclusive a americana. Sem contar o barril do petróleo, que em setembro do ano passado era cotado próximo de US$ 93 e agora, mesmo depois de todas essas mazelas, está em torno de US$ 75, como se o Oriente Médio, palco dos eventos citados, onde grande parte do petróleo global é produzido e escoado, fosse do outro lado do planeta. Mudaram a geografia e esqueceram de me avisar? O que quero dizer é que, a meu juízo, os mercados financeiros, essencialmente, não ‘são’ lenientes a esses riscos; eles ‘estão’! E tal comportamento é perigosíssimo! Por quê? São várias as razões…
Impacto dos Valuations e Múltiplos nas Bolsas de Valores
Para iniciar, lembrando daquele antigo ditado popular, ‘quanto maior a palmeira maior o tombo’, se avaliarmos os atuais valuations (via múltiplos) de algumas ações, especialmente aquelas ligadas ao boom da Inteligência Artificial, podemos estar acima do que o próprio bom-senso indicaria, como já escrevi em outros artigos. Relações preço/lucro acima de 50x não são triviais. Assim, em caso de revés, como os ganhos de capital a elas associados estão elevados, um tremendo ‘sell off’ não seria despropositado. Exemplo? Ontem, depois do mercado, tivemos o resultado de Nvidia, que a maioria esperava ser ‘incrível’. A despeito de ter batido as projeções dos analistas, o after market da ação em NY já não entregou o rali que a maioria supunha, pelo contrário, caíram 6%.
Depois, quando investimos em bolsa, o ideal é que o horizonte seja de médio e longo prazo. Com os riscos presentes, acreditar que as economias performarão ‘normalmente’ nos próximos anos não é razoável. A não ser que conflitos armados de largas proporções, daqui para frente, passem a ser considerados insignificantes. Isso afetaria os resultados corporativos, com impactos não desprezíveis sobre os lucros e cotações. O que vem
Fonte: @ Valor Invest Globo
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