Casos de eventos adversos de medicamentos para diabetes manipulados foram apresentados à agência de notícias Reuters.
Uma análise preliminar sobre efeitos adversos indica que versões de semaglutida produzidas em farmácias de manipulação pudessem estar associadas a 12 mortes e 144 hospitalizações no Brasil nos últimos dois anos.
O documento, elaborado pela farmacêutica Novo Nordisk, também apontou para casos de diabetes relacionados com a ingestão de versões de semaglutida feitas em estabelecimentos de manipulação. Medicamentos como Ozempic e Wegovy, que contêm o princípio ativo semaglutida, são vendidos de forma licenciada pela empresa na Farmácias de manipulação, o que levou à suposta perda de eficácia e aumento de efeitos adversos.
Alerta sobre a segurança de medicamentos manipulados
A empresa dinamarquesa Novo Nordisk recentemente divulgou nota científica revisada por pares relatando a contaminação por impurezas em versões manipuladas de semaglutida, enfatizando a ausência de medicamentos manipulados, genéricos ou alternativos de semaglutida aprovados pela FDA (agência regulatória americana) e pela Anvisa (agência brasileira). Essas informações vieram após o diretor financeiro Karsten Munk Knudsen revelar casos de episódios de pessoas que tomaram cópias manipuladas dos remédios para diabetes tipo 2 (Ozempic) e obesidade (Wegovy).
A empresa destacou que, nos Estados Unidos, existe a permissão de manipular medicamentos em situação de escassez, mas pediu à FDA que proíba a fabricação de versões do medicamento por farmácias de manipulação. Relatórios da Novo Nordisk americana foram encaminhados à agência regulatória dos Estados Unidos citando as 12 mortes e 144 hospitalizações após a administração de cópias de semaglutida. ‘Esses incidentes podem ser apenas a ponta do iceberg e a FDA alertou especificamente que os eventos adversos desses medicamentos irregulares são subnotificados’, disse a farmacêutica.
A análise de medicamentos manipulados apontou ‘níveis significativamente altos de impurezas’ que, de acordo com a empresa, podem levar a ‘reações imunológicas, como choque anafilático’. A empresa dinamarquesa informou que, até o momento, desconhece casos de morte por uso de semaglutida irregular no Brasil.
Além disso, a FDA publicou um alerta sobre a busca por versões não aprovadas de semaglutida e tirzepatida (Mounjaro, da Eli Lilly), afirmando que o ato pode ser arriscado porque essas opções não têm garantia de segurança, eficácia e qualidade. A agência expressou preocupação com versões compostas do medicamento, as manipuladas em farmácias, e citou ainda eventos adversos relacionados a erros de dosagem desses produtos.
Recentemente, a Anvisa emitiu um alerta sobre falsificação do Ozempic em seis cidades brasileiras. Há indícios de que as versões falsas eram de canetas de insulina com o rótulo original do remédio para diabetes tipo 2 que tem sido usado incorretamente para perda de peso. A agência informou que as canetas de insulina Fiasp FlexTouch foram readesivadas e reaproveitadas com rótulos de Ozempic do lote NP5K174, que possivelmente foram retirados indevidamente de canetas originais do medicamento.
É fundamental lembrar que não existem medicamentos manipulados, genéricos ou alternativos de semaglutida aprovados pela FDA e pela Anvisa. A busca por versões não aprovadas desses medicamentos pode ser arriscada, pois não têm garantia de segurança, eficácia e qualidade.
Fonte: @ Veja Abril
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