Para Phil Flynn, do The Price Futures Group, intenso aumento de petróleo pode prejudicar economia americana, influenciar significativamente eleições presidenciais e envolve riscos geopolíticos, preços, contratos, futuros, suprimentos, líderança, bancos centrais, produção, exportações, conflitos políticos, acordos de paz, mediados pela ONU.
Num dia em que os valores dos contratos futuros do petróleo fecharam com uma alta expressiva, superior a 3%, o especialista da empresa de consultoria The Price Futures Group, Phil Flynn, sugere que ‘os elementos estão se alinhando para um aumento significativo no preço do petróleo’, o que pode ter um impacto considerável na corrida presidencial dos Estados Unidos.
Além disso, o mercado de petróleo cru está reagindo de forma positiva, com expectativas de um aumento no valor do óleo. De acordo com Flynn, a perspectiva é de um possível aumento nos preços do petróleo, o que poderia gerar um impacto considerável em diversos setores da economia global.
Riscos Geopolíticos Impactam os Preços do Petróleo
Nas últimas semanas, o especialista observa que os valores do petróleo reduziram os riscos geopolíticos devido à ausência de grandes interrupções no fornecimento durante esse período. No entanto, essa situação mudou recentemente. Como resultado, o contrato do petróleo WTI – referência nos Estados Unidos – com entrega para outubro fechou a sessão em alta de 3,26%, atingindo US$ 77,27 por barril. Enquanto isso, o contrato do Brent – referência global – para o mesmo mês avançou 2,73%, alcançando US$ 80,25 por barril.
Em um relatório divulgado nesta segunda-feira (26), Flynn destaca que o mercado de petróleo não pode mais negligenciar os riscos geopolíticos, pois conflitos atuais estão impactando diretamente a disponibilidade de barris reais de petróleo. Isso se deve a um conflito em curso na Líbia. No mês passado, a Líbia produziu cerca de 1,15 milhão de barris de petróleo por dia. No entanto, o maior campo petrolífero do país, que estava produzindo quase 270 mil barris diários, foi interrompido. A maioria das reservas de petróleo e quatro terminais de exportação do país estão localizados no leste.
A crise surgiu quando o governo oriental da Líbia anunciou a suspensão total da produção e exportação de petróleo, devido à decisão de seu rival de substituir a liderança do banco central. Enquanto isso, o governo reconhecido internacionalmente no oeste do país tentou substituir o presidente da autoridade monetária, alegando que ele se recusou a renunciar. Essa disputa resultou na entrada de uma delegação governamental nos escritórios para assumir o controle da autoridade monetária.
O conflito na Líbia está aprofundando as divisões políticas no país e ameaça um acordo de paz mediado pela ONU, conforme relatos da Bloomberg. O analista destaca que os preços do petróleo iniciaram uma escalada na sexta-feira, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizar uma mudança de política monetária e uma possível redução das taxas de juros, o que impulsionou os valores em mais de 2%.
Além da busca por ativos de risco global, impulsionada pela expectativa de cortes nas taxas de juros, a desvalorização do dólar em relação a outras moedas desenvolvidas e emergentes também contribuiu para o suporte ao petróleo. A desvalorização do dólar torna os contratos futuros da commodity mais atrativos para detentores de outras moedas.
A situação se intensificou quando Israel realizou um ‘ataque preventivo no sul do Líbano’ para frustrar uma potencial ofensiva do grupo Hezbollah. O Hezbollah lançou foguetes e drones contra Israel, enquanto as forças israelenses atingiram alvos no Líbano. Apesar de resultar em poucas mortes e danos limitados, o analista destaca que o conflito demonstra uma escalada de tensões que poderiam desencadear confrontos regionais mais amplos.
O conflito na Líbia, somado às tensões em outras regiões, representa um cenário desafiador para o mercado de petróleo, que pode enfrentar turbulências adicionais nos próximos dias. A incerteza geopolítica continua a ser um fator determinante nos preços do petróleo, influenciando não apenas os contratos futuros, mas também as expectativas de fornecimento e demanda da commodity.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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