Enchentes em Porto Alegria: pelos menos 4 vezes, famílias atingidas ocuparam prédios abandonados >10 anos, antigo Hotel Arvoredo incluso. Falta moradia: déficit habitacional, pequenas habitações, acampamento de desalojados, abrigos, explosão de famílias lutando e acolhendo uns a outros.
As ocupações de edifícios abandonados têm se tornado mais frequentes em São Paulo. Pelo menos cinco ocupações foram registradas na região central da cidade desde o início do ano. A mais recente ocupação, realizada por um grupo de artistas, ocorreu na última sexta-feira (21) em um antigo prédio comercial.
A tomada de prédios abandonados tem sido uma estratégia adotada por diversas comunidades em todo o país. A ocupação de espaços vazios tem gerado debates sobre a falta de moradia e a especulação imobiliária. A ocupação do edifício abandonado no bairro da Lapa, em São Paulo, foi realizada de forma pacífica e contou com o apoio de voluntários locais.
Ocupações de Prédios Abandonados: Uma Realidade em Porto Alegre
A cidade de Porto Alegre tem sido palco de uma série de ocupações de prédios abandonados, uma resposta à falta de moradia que afeta muitas famílias na região. Recentemente, a Agência Brasil visitou uma dessas ocupações, que atualmente abriga cerca de 48 famílias, totalizando mais de 120 pessoas. Localizada no centro histórico, em um prédio abandonado há mais de uma década, que costumava ser o antigo Hotel Arvoredo, essa ocupação é conhecida como Ocupação Desalojados pela Enchente Rio Mais Grande do Sul.
Diferentemente de outras ocupações recentes, essa não foi liderada por um movimento social organizado, mas sim por famílias que, descontentes com a ideia de ficar em abrigos, decidiram buscar uma alternativa para a falta de moradia e tomaram a iniciativa de ocupar o prédio em 24 de maio. Entre os moradores, estão Liziane Pacheco Dutra e seu marido Anselmo Pereira Gomes, membros ativos da ocupação O Rio Mais Grande do Sul.
Liziane, uma faxineira de 37 anos, mudou-se com sua família para a ocupação após a casa deles, localizada no bairro Rio Branco, ser inundada durante as enchentes em Porto Alegre. Ela expressou sua frustração com a situação dos prédios abandonados na cidade, questionando por que esses espaços não são aproveitados para ajudar aqueles que perderam tudo. A falta de soluções eficazes para o déficit habitacional na capital gaúcha tem levado cada vez mais pessoas a buscar alternativas como a ocupação de prédios abandonados.
Carlos Eduardo Marques, um pedreiro e técnico de celulares de 43 anos, é outro morador da ocupação O Rio Mais Grande do Sul. Ele relata que sua família perdeu tudo no bairro Sarandi e, sem ter para onde ir, decidiu se juntar a outras famílias insatisfeitas nos abrigos para ocupar o prédio abandonado. Carlos destaca a importância de acolher essas famílias e lutar por condições dignas de moradia.
No entanto, a situação das ocupações de prédios abandonados não é sem desafios. As famílias enfrentam pressão legal da empresa proprietária do prédio, que entrou com uma ação na Justiça exigindo a desocupação do local. Com um prazo de 60 dias para sair, que se encerra em 12 de agosto, os moradores se veem diante de incertezas quanto ao seu futuro e resistem à ideia de se mudar para abrigos temporários.
Essas ocupações são um reflexo do agravamento da crise habitacional em Porto Alegre, evidenciando a necessidade urgente de soluções efetivas para garantir moradia digna a todos. Enquanto as autoridades buscam respostas para o déficit habitacional na cidade, as famílias lutam e se unem para enfrentar os desafios e garantir um lar seguro para si e para aqueles que mais precisam.
Fonte: @ Agencia Brasil
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