Excesso de oferta de petróleo é uma ocorrência rara, registrada apenas duas vezes: na crise asiática de 1998 e no início da pandemia, quando a queda da demanda impactou os preços e a transição para a energia limpa.
O relatório do Banco Mundial sobre os mercados globais de commodities destaca que o excesso de petróleo disponível no mercado poderá impactar negativamente os preços do combustível, com uma queda esperada de cerca de US$ 7 por barril em relação ao ano de 2023. Além disso, a produção excessiva de petróleo pode afetar a estabilidade dos preços de alguns alimentos, como o milho e o soja.
De acordo com o relatório, a combinação de um excesso de petróleo e uma demanda menor por alimentos poderá levar a uma redução nos preços de alguns alimentos, como o milho e o soja, que podem cair em cerca de 10% nos próximos dois anos. O relatório do Banco Mundial destaca ainda que a queda nos preços do petróleo poderá ajudar a reduzir a inflação global e a aumentar a confiança dos investidores, o que pode impactar positivamente os preços dos alimentos e do petróleo em um futuro mais distante.
A Era do Petróleo Liquidado Chega
A produção de petróleo atingiu 100 milhões de barris por dia, apenas em junho de 2019, mas a tendência de queda nos preços do petróleo de 2023, impulsionada pelo aumento da oferta, queda da demanda na China e transição para a energia limpa, deve persistir mesmo com o pioramento do conflito no Oriente Médio. O excedente de oferta de petróleo de mais de 1,2 milhão de barris por dia (bpd) foi alcançado apenas duas vezes antes: durante o início da pandemia, quando várias economias foram fechadas, e durante a crise asiática de 1998, quando grande parte do extremo oriente enfrentou uma recessão econômica.
A análise revelou que a quase totalidade da queda no valor do petróleo de 2023 deve continuar, para todo o ano, com o conflito no Oriente Médio piorando. A queda no valor do petróleo provocará uma redução da média do preço das commodities globais, incluindo alimentos e metais, para o nível mais baixo em cinco anos. De 2024 a 2026, os preços globais das commodities devem cair cerca de 10%. Os preços globais dos alimentos devem cair 9% este ano e mais 4% em 2025 antes de se estabilizarem, afirmou o Banco Mundial.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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