Marcelo Mesquita destaca singularidade da crise atual da empresa, que tem lucro e distribui dividendos, diferente de crises anteriores.
O conselheiro independente da Petrobras Marcelo Mesquita argumenta com consistência que uma medida eficaz para evitar as crises frequentes da empresa seria a privatização. Mesmo em um cenário governamental desfavorável a esse tipo de ação, Mesquita enfatiza a importância de discutir e considerar a proposta de privatizar a companhia.
Ele defende que a mudança para a gestão privada, por meio da desestatização da Petrobras, poderia trazer inovação e eficiência ao setor. Mesquita acredita que transferir para iniciativa privada a responsabilidade pela empresa poderia ser uma alternativa viável para promover sua sustentabilidade e crescimento a longo prazo.
Desestatizar a Petrobras: uma alternativa para evitar crises recorrentes
Para o economista, a Petrobras deveria passar por um processo de desestatização, tornando-se uma empresa menor e com foco exclusivo na exploração e produção de petróleo no Brasil. Em suas palavras, transferir para a iniciativa privada parte das operações da estatal poderia ser a melhor solução para evitar crises recorrentes na empresa. Em uma entrevista ao Valor Econômico, Mesquita destaca que a crise atual enfrentada pela Petrobras se diferencia de outras situações observadas nos últimos oito anos.
De acordo com Mesquita, a atual crise na Petrobras apresenta características singulares, uma vez que a empresa tem registrado lucros e distribuído dividendos aos acionistas. Para ele, essa situação aparentemente positiva não deve ser vista como algo vantajoso, questionando a necessidade de a estatal manter-se no controle de tantas operações. O conselheiro enfatiza que a privatização parcial ou total da Petrobras poderia ser uma saída viável para garantir sua estabilidade e eficiência a longo prazo.
A discussão sobre o futuro da Petrobras e a possibilidade de torná-la uma empresa predominantemente privada, longe das ingerências políticas, é um tema em pauta. Enquanto alguns especialistas, como Mesquita, se mostram a favor da desestatização, há aqueles que são avessos a privatizações e defendem a manutenção do controle estatal sobre a empresa.
Na visão do economista, o debate deveria ser centrado na busca pela melhor solução para garantir a sustentabilidade e o crescimento da Petrobras, levando em consideração a experiência de crises anteriores. Mesquita ressalta que a empresa precisa encontrar um equilíbrio entre ser rentável no mercado e atender aos interesses nacionais de exploração e produção de petróleo.
A ideia de privatizar parte das operações da Petrobras não é apenas uma questão econômica, mas também estratégica, visando aprimorar sua gestão e competitividade. Mesquita acredita que a transferência para a iniciativa privada de setores específicos da empresa pode ajudar a destravar seu potencial e estimular a inovação no setor de energia no Brasil. O conselheiro destaca a importância de considerar essa alternativa como um meio de fortalecer a Petrobras e garantir sua relevância no cenário nacional e internacional.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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