Operação contra lavagem de dinheiro da facção criminosa PCC resulta da delação premiada do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado em 2019.
Investigadores da Polícia Civil de São Paulo, em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público, realizaram uma operação que resultou na prisão de pelo menos quatro policiais civis e um delegado suspeitos de envolvimento com a facção criminosa PCC, uma das mais perigosas organizadas no Brasil.
As informações sobre a operação não são claras, mas se sabe que ações conjuntas entre as forças de segurança, como a Polícia Federal e o Ministério Público, têm sido frequentes para combater organizações criminosas. O envolvimento de policiais dentro de uma facção criminosa como o PCC é considerado uma ameaça séria, pois pode comprometer a eficácia das operações policiais e facilitar a lavagem de dinheiro pelos criminosos. Além disso, a corrupção policial pode fortalecer as organizações criminosas, dificultando a tarefa do Ministério Público em combater esses grupos.
Desarticular a facção criminosa
A ação policial em questão é resultado do cruzamento de várias investigações sobre a PCC, tendo como consequência a delação do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, cujo assassinato ocorreu no Aeroporto de Guarulhos. O Ministério Público e a Polícia Federal apuraram que o objetivo é desarticular a organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública, incluindo corrupção passiva e ativa. Os policiais suspeitos de envolvimento com a PCC foram citados pelo delator.
Cinco policiais suspeitos
Um delegado e três policiais civis foram presos, conforme os mandados de prisão e busca cumpridos nas cidades de São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. Dentre os presos está o delegado Fábio Baena, além dos investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Ruggieri e Marcelo Bombom. O policial Rogério de Almeida Felício, também alvo, está foragido. Além disso, quatro pessoas apontadas como os principais responsáveis pela lavagem de dinheiro da facção foram presas.
Relação entre os suspeitos e o delator
O delegado Fábio Baena e o investigador Eduardo Lopes Monteiro trabalharam no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, responsáveis por investigar Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do PCC assassinado no Aeroporto de Guarulhos. Áudios revelados pelo Estadão mostram a conversa entre o delator e dois homens identificados como agentes do DHPP, que seriam justamente Baena e Lopes Monteiro. A gravação teria sido feita por Gritzbach enquanto ele era investigado pelo assassinato do traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e seu segurança Antonio Corona Neto, o Sem Sangue.
Crimes pelos quais os suspeitos devem responder
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão. As defesas dos envolvidos afirmaram que a prisão dos policiais suspeitos se constitui em arbitrariedade e que as declarações do delator foram objeto de ampla investigação conduzida pela Corregedoria da Polícia Civil e arquivada à pedido do próprio Ministério Público.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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