Brasil cai para 89ª posição em ranking de IDH de 2022, com Suíça, Noruega e Islândia no topo. O país precisa de remediação da desigualdade.
Nesta quarta-feira (13), a divulgação do ranking de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países do mundo foi feita pela Organização das Nações Unidas (ONU). O Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida que avalia o desenvolvimento de um país com base em indicadores como educação, saúde e renda.
O IDH é uma ferramenta importante para analisar a qualidade de vida da população em diferentes países. Os dados divulgados pela ONU possibilitam comparar o progresso de cada nação ao longo do tempo e identificar áreas que precisam de mais investimentos e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento humano.
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Índice de Desenvolvimento Humano: Os Dez Melhores e os Dez Piores Países
Conheça a relação dos países com melhor e pior IDH.
O Brasil registrou um IDH de 0,760 em 2022 e desceu duas posições na classificação, ocupando o 89º lugar em uma lista de 193 países.
O Índice de Desenvolvimento Humano avalia fatores como expectativa de vida, renda e educação da população, utilizando uma escala que varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, melhor.
O Ranking dos Dez Países com Melhor IDH
- Suíça (1º) – 0,967
- Noruega (2º) – 0,966
- Islândia (3º) – 0,959
- Hong Kong (4º) – 0,956
- Dinamarca (5º) – 0,952
- Suécia (6º) – 0,952
- Alemanha (7º) – 0,950
- Irlanda (8º) – 0,950
- Singapura (9º) – 0,949
- Austrália (10º) – 0,946
A Classificação dos Dez Países com Pior IDH
- Somália (193º) – 0,380
- Sudão do Sul (192º) – 0,381
- República Centro-Africana (191º) – 0,387
- Níger (190º) – 0,394
- Chade (189º) – 0,394
- Mali (188º) – 0,410
- Burundi (187º) – 0,420
- Iêmen (186º) – 0,424
- Burquina Faso (9º) – 0,438
- Serra Leoa (10º) – 0,458
A nível global, o IDH evoluiu, porém de forma desigual, a avaliação é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), responsável pelo ranking anual.
Baseando-se nos dados dos 193 países — todos relativos a 2022 –, o PNUD constatou que o processo de remediação dos impactos da pandemia tem sido ‘parcial, incompleto e desigual’:
- De um lado, nações desenvolvidas alcançaram índices históricos e refletem uma recuperação das perdas causadas pelos anos de Covid-19;
- Por outro lado, metade dos países menos favorecidos regrediu e desceu no ranking.
Situação do Brasil
O Brasil perdeu duas posições no ranking do IDH e agora ocupa o 89º lugar na lista, composta por 193 países. Os dados utilizados para compilar o ranking divulgado nesta quarta-feira (13) referem-se a 2022, sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Brasil alcançou um IDH de 0,760 em 2022. O valor é similar ao índice prévio à pandemia, quando ocupava a 84ª posição, e está ligeiramente acima da média mundial, de 0,739. Apesar da estagnação da performance ao longo dos últimos dez anos no ranking, o país permanece no grupo dos de alto desenvolvimento humano.
Para a ONU, um dos entraves ao desempenho brasileiro é a dificuldade em manter políticas públicas consistentes. Isso impacta, por exemplo, na área da educação. Neste sentido, o tempo médio de escolaridade subiu de forma mínima entre 2021 e 2022, totalizando 8,2 anos de estudo.
O tempo mínimo de estudo apenas no ensino básico corresponde a 12 anos – desde o início da alfabetização até a conclusão do Ensino Médio. No continente sul-americano, o Brasil fica atrás do Chile (44º lugar), Argentina (48º) e Uruguai (52º).
A Realidade Mundial
Além do aumento das desigualdades, o mundo enfrenta uma fase de intensa polarização e de divisões geopolíticas sem precedentes, conforme o relatório do IDH elaborado pelo PNUD. De acordo com o PNUD, mais da metade dos países menos desenvolvidos não se recuperaram dos impactos da pandemia, muitos deles situados na África.
Há também ‘um grupo extremo’ de países como Sudão, Afeganistão e Mianmar, nos quais, segundo o PNUD, ‘a combinação da pandemia, crises financeiras e conflitos, inclusive guerras civis, os colocou em uma situação na qual a recuperação nem está em cogitação‘, afirmou o coordenador da PNUD, Achim Steiner, à agência de notícias AFP.
O Afeganistão, por exemplo, atrasou uma década em termos de desenvolvimento humano e, na Ucrânia, o índice registra o nível mais baixo desde 2004.
‘Vivemos em um mundo mais rico do que em qualquer outro momento da história da humanidade, pelo menos em termos financeiros (…). Porém, há mais pessoas passando fome, mais pessoas em situação de pobreza do que há dez anos.
Há um aumento das guerras pelo mundo, com dezenas de milhões de refugiados’, disse Steiner à AFP.
‘É um mundo mais instável, que se vira contra si mesmo’, complementou o coordenador da PNUD.
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Fonte: © G1 – Globo Mundo
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