Velório em Palácio da Cidade: amigos, escolas de samba, Rosa, última reunião, trabalhamos juntos, conversamos, sua casa, ela não se sentia bem, não gostava de médicos. (146 caracteres)
Participantes de agremiações carnavalescas, acadêmicos, figuras públicas, fãs e, sobretudo, companheiros de Rosa Magalhães se reuniram para celebrar a memória daquela que é reconhecida como a principal carnavalesca do Rio de Janeiro. Todos recordavam os momentos compartilhados com ela com grande afeto. As escolas de samba prestaram suas homenagens, depositando ao redor de Rosa, cada uma, uma bandeira representativa da agremiação.
Uma amiga próxima de Rosa Magalhães, que é considerada uma major influência no mundo do carnaval, destacou a importância da sua contribuição para a cultura carnavalesca. A comunidade carnavalesca do Rio de Janeiro se uniu para celebrar o legado deixado por Rosa, uma figura icônica que marcou a história do carnaval carioca.
Rosa Magalhães: a major carnavalesca do Rio de Janeiro
‘Ela almejava que sua vida fosse repleta de alegria. Mesmo durante o carnaval, não apreciava temas melancólicos. Seu gosto sempre pendia para o lado do humor. Parece que buscava, em tudo na vida, a diversão constante. Sempre em busca de algo leve e colorido’, relata Mauro Leite, carnavalesco da escola de samba São Clemente, que por décadas foi assistente de Rosa e amigo fiel. Rosa sempre zelou e se importou com seus amigos. Leite relembra uma conversa que teve com ela na última quinta-feira (25). Ela telefonou apenas para saber como tinha sido a reunião que ele teve com o presidente da São Clemente. ‘Ela me ligou e perguntou: E aí, como foi a conversa? Eu respondi: Foi tudo bem. Então ela disse: Era isso que eu queria saber. Foi a última coisa que ela me disse’, recorda Leite, com carinho. Eles estavam colaborando em um projeto juntos. Durante a semana, ele visitou várias vezes a casa dela. Leite também menciona que Rosa não vinha se sentindo bem e não apreciava muito a presença de médicos.
Rosa Magalhães faleceu no Rio de Janeiro, na noite de quinta-feira (25), aos 77 anos. O velório foi aberto ao público no Palácio da Cidade, sede da prefeitura do Rio, na tarde de sexta-feira (26). Seu corpo foi sepultado no cemitério São João Batista.
Rosa Magalhães: a amiga carnavalesca do Rio de Janeiro
Amigos e admiradores prestaram homenagens à carnavalesca Rosa Magalhães no Palácio da Cidade. Rosa dedicou mais de 50 anos à arte do carnaval. Seu título de 1982 com o Império Serrano, com o enredo ‘Bum Bum Paticumbum Prugurundum’, tornou-se um dos mais famosos do carnaval carioca. Na Imperatriz Leopoldinense, a apaixonada pelo carnaval levou a escola à supremacia por vários anos consecutivos. Conquistou o bicampeonato em 1994 e 1995, e o tricampeonato em 1999, 2000 e 2001. Seu último título foi em 2013, comandando o carnaval da Unidos de Vila Isabel. Rosa nunca parou de trabalhar, seja na avenida ou em outros projetos.
O último desfile de sua carreira foi em 2023, na Paraíso do Tuiuti. ‘Ela é a referência. Para mim, Rosa é a régua. Ela é a régua que mede o que é ser excelente na narração de histórias, na criação de fantasias, na alegria carnavalesca que pode entreter, ensinar e denunciar’, afirma Leandro Vieira, carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense. ‘Rosa é o padrão, é o padrão da história da Imperatriz vitoriosa. E acho que é por isso que todos nós estamos aqui um pouco emocionados, porque perdemos um pouco desse padrão’, emociona-se.
Fábio Fabato, jornalista e escritor, amigo da carnavalesca, descreve Rosa como ‘simplesmente a melhor, porque ela foi aquela pessoa que descobriu histórias que os livros didáticos não contam. Ela desvendou narrativas que nos deram um sentido identitário do Brasil. Então, se pudermos definir quem foi Rosa Magalhães, foi uma descobridora dos Brasis que às vezes não nos damos conta.’
Fonte: @ Agencia Brasil
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