Virus persistente pode causar novos sintomas e termos: reação, atraso, infecções, originais, RNA viral, amplificação, resistentes, locais: placenta, sémen, cérebro, longos períodos, lesões, calcificações cerebrais.
Um time de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisou a manifestação tardia do vírus zika e seu potencial desencadeamento de novos quadros de sintomas neurológicos da doença, como convulsões. As descobertas desse estudo pioneiro foram divulgadas em um artigo científico recentemente publicado no periódico iScience, da renomada editora Cell Press.
A pesquisa revelou que a presença persistente do vírus zika no organismo pode estar associada ao surgimento de complicações neurológicas, reforçando a importância da vigilância contínua e do desenvolvimento de estratégias eficazes para o combate a essa doença emergente. Além disso, os cientistas destacaram a necessidade de estudos adicionais para compreender melhor a interação entre o vírus zika e o sistema nervoso, visando a prevenção de possíveis complicações a longo prazo.
Estudo com Camundongos Revela Persistência do Vírus Zika
Um estudo de longo prazo envolvendo cerca de 200 camundongos recuperados da infecção pelo vírus zika, liderado pelas cientistas Julia Clarke e Claudia Figueiredo da UFRJ, descobriu que o vírus pode se replicar novamente em situações de queda na imunidade. Isso inclui momentos de stress, tratamento com medicamentos imunossupressores e durante infecções por outros vírus.
Os resultados revelaram que o zika pode voltar a se replicar no cérebro e em locais onde antes não era encontrado, como nos testículos. Essa capacidade do vírus de permanecer latente em certos tecidos do corpo e depois se reativar para se replicar novamente é um fenômeno observado em outros vírus, como os da herpes e da varicela-zoster.
Julia Clarke destacou que a nova replicação do vírus está relacionada à produção de espécies secundárias de RNA viral, que são resistentes à degradação e se acumulam nos tecidos. A replicação no cérebro resulta na geração de material genético resistente à degradação, o que pode aumentar a predisposição dos animais a apresentarem convulsões, um sintoma da fase aguda da infecção.
Os estudos em modelos animais, utilizando técnicas como PCR, microscopia confocal e imunohistoquímica, demonstraram que o vírus da zika pode permanecer no corpo por longos períodos após a fase aguda da infecção. Em humanos, o material genético do vírus foi encontrado em locais como placenta, sêmen e cérebro, mesmo meses após os sintomas desaparecerem.
A amplificação do RNA viral e a geração de material genético resistente à degradação agravam os sintomas neurológicos nos animais, especialmente nos machos. Embora a reativação tardia do vírus zika ainda não tenha sido estudada em humanos, os dados sugerem que pacientes expostos ao vírus desde cedo devem ser monitorados a longo prazo, pois novos sintomas podem surgir.
Julia Clarke ressaltou a importância de investigar as calcificações cerebrais causadas pelo vírus, que são áreas de lesão com acúmulo de cálcio. O grupo de pesquisa planeja estudar se essas calcificações são os locais onde o vírus permanece adormecido e testar medicamentos para prevenir a reativação viral.
A colaboração entre pesquisadores de diferentes institutos da UFRJ resultou em descobertas significativas sobre a persistência e reativação do vírus zika, o que pode ter importantes implicações para a saúde pública. Este estudo destaca a necessidade de monitoramento a longo prazo de pacientes expostos ao vírus e a importância de compreender os mecanismos que permitem a persistência viral no corpo.
Fonte: @ Agencia Brasil
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