Ex-meia da seleção brasileira relembra bagunça na Copa de 2006 e sua passagem pelo Real Madrid. Entrevista exclusiva sobre a alta performance no futebol.
Zé Roberto, conhecido por sua trajetória de sucesso como jogador de futebol, atuou em clubes renomados como Real Madrid, Flamengo, Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, Santos, Grêmio e Palmeiras. Sua longevidade nas quadras, jogando até os 43 anos, e sua participação em duas Copas do Mundo, contribuíram para uma carreira de destaque.
O ex-jogador Zé Roberto se destacou pelo seu talento e profissionalismo ao longo dos anos. Sua passagem por diversos clubes e a conquista de numerosos títulos o consagraram como um dos grandes nomes do futebol brasileiro. Com uma carreira marcada por vitórias e habilidades, ele deixou um legado incontestável no esporte.
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Frustração na ausência da Copa do Mundo
No entanto, em entrevista ao ge, o ex-jogador revela sua grande frustração: a ausência na Copa do Mundo de 2002. Ainda atuando na lateral-esquerda, Zé Roberto foi vice-campeão mundial em 1998, sendo reserva de Roberto Carlos. Na Copa de 2006, ele voltou a ser convocado e foi destaque da equipe, pré-selecionado para a seleção do torneio.
Brasil, que reunia nomes como Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo, entre outros, deixou a desejar e caiu nas quartas de final. — Quando fomos disputar a Copa das Confederações 2005, já me sentia garantido (na Copa de 2006). Eu percebi que naquele último ano muitos jogadores tiraram o pé na temporada para não se machucar.
E eu queria muito performar e chegar bem para fazer uma grande Copa. Acho que faltou preparação e foco na parte física. Nem todos estavam 100% fisicamente. E um pouco de organização da CBF junto ao calendário de treinos na Suíça e o espaço onde colocaram a gente. Foi muita bagunça… e isso tira o foco e a concentração.
‘Com o time que nós tínhamos, teríamos que chegar pelo menos à final daquela competição’, disse Zé Roberto.
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Leverkusen x Bayern na Bundesliga
Aposentado, trabalhando atualmente como mentor de alta performance, Zé Roberto segue acompanhando futebol e de olho nos dois times em que atuou na Alemanha.
Como citou anteriormente, o ex-jogador viveu seu auge no Bayer Leverkusen, clube que lidera a Bundesliga, com 10 pontos à frente do Bayern de Munique, e pode ser campeão alemão pela primeira vez. — Para o Leverkusen é momento de afirmação. Afirmação de um futebol moderno, vistoso. De um treinador novo, que mostra que a filosofia de trabalho dele. E está sendo bem-visto por gigantes europeus.
É muito legal ver essa possibilidade de o Leverkusen ganhar a Bundesliga pela primeira vez e entrar para a história. Pelo grande trabalho do Xabi Alonso, merece muito. + Veja a tabela completa da Bundesliga Por outro lado, Zé observa com bons olhos o momento vivido pelo clube bávaro, onde conquistou a maior parte de seus títulos na carreira.
Para ele, o fim da hegemonia do Bayern de Munique faz bem ao futebol alemão. — Olhar para as duas equipes parece que estão vestindo camisas ao contrário. O futebol que pratica o Leverkusen, anos atrás o Bayern jogou igual ou talvez até um nível acima. Acho que a hegemonia do Bayern ser quebrada neste momento eu vejo com bons olhos.
A Bundesliga sempre teve um equilíbrio muito grande com outras equipes que há mais de 10 anos não conseguem tirar o título do Bayern. O Bayern de Munique, vivendo essa crise, faz com que volte a ir para o mercado internacional, ao invés de enfraquecer os times da Bundesliga. Acho que teria que reformular e ir para a Europa.
Fazer contratação de jogadores que vistam a camisa e que deem resultados que o clube espera.
‘O Palmeiras é grande’
Se hoje, sob o comando de Abel Ferreira, e com grande elenco, o Palmeiras acumula títulos no futebol brasileiro e sul-americano, quando Zé Roberto chegou o momento era diferente.
Ele chegou em 2015 ao clube alviverde que por pouco não havia sido rebaixado no Brasileirão anterior. Tendo em vista o trabalho que foi feito, o atual momento não surpreende o ex-atleta. — Não é surpresa, porque o momento que vive o Palmeiras é muito por uma gestão bem feita.O Paulo Nobre passa um ano difícil no centenário do clube, quase cai para a Série B e reformula, trazendo grandes reforços. E já teve bons resultados em 2015. Conquistou o tricampeonato da Copa do Brasil e no ano seguinte o Brasileiro. Aquela gestão que aconteceu lá atrás é reflexo do momento positivo que o Palmeiras vive até hoje. Trouxe um grande gestor (Abel) e sempre fez grandes contratações.
Não considero ele apenas treinador. É mentor dos atletas, consegue extrair o melhor dos atletas e passa confiança — afirma Zé Roberto. + Leila exalta espaço na Seleção: ‘Primeira mulher chefe de delegação’ Logo que chegou, liderando um novo projeto no clube, Zé Roberto fez um discurso em preleção que se tornou viral.
O jogador pediu para que batessem nos peitos dos companheiros repetindo a frase ‘o palmeiras é grande’. Ele explica que se tratava de uma busca por uma nova mentalidade no clube. — Aquele momento no vestiário era de saber a história do clube. Chegávamos em um clube para entrar para a história. Tirar aquela mentalidade de ir para mais um clube e usufruir do contrato.
Entrar para a história e conquistar títulos era mais importante que isso. Bater no peito era mostrar para os companheiros que eles estavam vestindo a camisa de um time que tem história, tradição e precisava voltar a ganhar.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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